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O Palácio do Planalto acelera a nomeação de aliados da família Bolsonaro para cargos no exterior, enquanto a dança das cadeiras no Itamaraty ganha intensidade, diante das perspectivas das eleições no fim de semana.
Um exemplo foi o destino dado para a diplomata Marcela Braga, assessora direta da primeira-dama, Michelle Bolsonaro.
Ela foi escolhida para chefiar o vice-consulado do Brasil em Orlando, recentemente criado por Bolsonaro e que contou até mesmo com a visita do presidente para sua inauguração, em junho.
Em 2019, a diplomata era apenas segunda-secretária, o que na hierarquia do Itamaraty representa ainda o início da carreira de um servidor da chancelaria.
Mas, em apenas três anos e meio, ela subiu rapidamente e coincidindo com o governo Bolsonaro. Mesmo assim, a diplomata não seria a escolha mais evidente e sua nomeação para o posto em Orlando causou irritação nos corredores da chancelaria. Tais cargos, tradicionalmente, são destinados às patentes mais elevadas dentro do ministério.
Para ela conseguir esse cargo, seus colegas a acusam de ter "furado a fila" das promoções e superado cerca de 200 outros diplomatas que, em tese, estariam mais avançados na carreira que ela.
Fontes no Itamaraty garantem que foi a ingerência da esposa do presidente que garantiu a nomeação. Procurada pela coluna, a chancelaria não respondeu sobre quais foram os critérios usados para a nomeação da diplomata.
Orlando, de fato, tem uma importante concentração de brasileiros residentes e ainda é um dos principais destinos de turistas do país. Para que fossem atendidos, os brasileiros eram obrigados a viajar até Miami, onde fica o consulado do país.
Em janeiro de 2022, o Itamaraty criou um vice-consulado em Orlando, além de outros escritórios com a mesma característica em outras três cidades pelo mundo. Se o gesto era considerado como adequado e atendia uma demanda de mais de uma década, funcionários do alto escalão da chancelaria insistem que não existia qualquer obrigação de uma visita presidencial, meses depois, para que a representação começasse a funcionar.
Diplomatas brasileiros, de fato, afirmaram que não se lembram da última vez que um presidente se deslocou exclusivamente para uma cidade para abrir um vice-consulado. A parada, portanto, foi vista dentro da chancelaria como um ato de campanha eleitoral, num destino que faz parte do roteiro de muitos de seus apoiadores.
Em Miami, em 2018, Bolsonaro somou 91% dos votos nas eleições no segundo turno contra Fernando Haddad.
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