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Por Alex Solnik, do Jornalistas pela Democracia - O presidente faltou ao trabalho hoje de manhã. Tinha mais o que fazer. Foi ao cinema de um shopping de Brasília assistir a um filme. Uma sessão especial, só para convidados da primeira-dama. Damares Alves, a melhor amiga da primeira-dama no governo também compareceu.
Trata-se de uma produção da Franklin Entertainmen com a 20th Century Fox intitulada "Superação: o milagre da Fé". Produção da terra de Trump, portanto.
O produtor é um ilustre desconhecido no mundo cinematográfico: DeVon Franklin. O diretor é tão obscuro quanto: Roxann Dawson. O elenco nunca frequentou listas de Oscar.
Não se sabe qual é a relação entre a primeira dama e a empresa que divulga o filme no Brasil, a 360 WayUp, especializada no segmento de "filmes cristãos", tal como a Franklin Entertainment – já que foi uma sessão especial para convidados dela.
Mas, seja qual for, o presidente fez o papel de garoto-propaganda de uma produção da indústria cinematográfica norte-americana. Além de mostrar de que tipo de filme gosta e fazer um aceno à bancada evangélica e outro à ala americanófila do governo, deu uma solene banana aos produtores e cineastas brasileiros.
Bolsonaro matou o cinema brasileiro e foi ao cinema.
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