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Sputnik - O Irã tem ameaçado cortar suas importações do Brasil, a menos que este permita o reabastecimento de pelo menos dois navios iranianos ancorados ao largo do porto de Paranaguá (PR) por falta de combustível.
A petroleira Petrobras se recusa a vender combustível para que as embarcações voltem ao país de origem como sinal da repercussão global das sanções norte-americanas sobre a República Islâmica.
Sem o combustível, os navios iranianos que transportam milho brasileiro não podem voltar ao país persa, comunicou Bloomberg. Segundo informações, o navio iraniano Bavand está carregado com 48 mil toneladas de milho enquanto a embarcação Termeh está vazia.
O embaixador do Irã em Brasília, Seyed Ali Saghaeyan, disse às autoridades brasileiras na terça-feira (23) que seu país poderia facilmente encontrar novos fornecedores de milho, soja e carne se o país sul-americano se recusar a permitir o reabastecimento dos navios.
"Eu disse aos brasileiros que deveriam ser eles a resolver esse problema, e não os iranianos", disse Saghaeyan em uma rara entrevista na Embaixada do Irã em Brasília.
"Se não for resolvido, talvez as autoridades de Teerã queiram tomar alguma decisão porque este é um mercado livre e outros países estão disponíveis", ressaltou o embaixador.
Devido ao risco de sanções americanas, a petroleira estatal brasileira se recusa a vender combustível para os navios iraniano que estão há mais de mês ao largo do porto de Paranaguá, a cerca de 450 km ao sul de São Paulo.
"Países independentes e grandes como o Brasil e o Irã devem trabalhar juntos sem interferência de qualquer terceira parte ou país", acrescentou Saghaeyan (embaixador do Irã), que solicitou uma reunião, ainda sem resposta, com o ministro das Relações Exteriores do Brasil, Ernesto Araújo.
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