Juristas respeitados (ex-ministros de países europeus, do Supremo, etc) de 8 países pedem Lula Livre e se dizem chocados com Brasil

Portal Plantão Brasil
11/8/2019 08:28

Juristas respeitados (ex-ministros de países europeus, do Supremo, etc) de 8 países pedem Lula Livre e se dizem chocados com Brasil

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1774 visitas - Fonte: Brasil247

O golpe institucional ocorrido no Brasil, que começou com a derrubada sem crime da ex-presidente Dilma Rousseff e culminou com a prisão sem provas do ex-presidente Lula, com o único objetivo de que ele fosse excluído da disputa presidencial para que se abrisse caminho para o projeto neoliberal e o enquadramento do País sob a órbita da Casa Branca, foi objeto de um duro manifesto assinado por 17 dos juristas mais respeitados no mundo.







Eles afirmam que as revelações do escândalo das mensagens trocadas entre o procurador Deltan Dallagnol, coordenador da Operação Lava Jato, e Sergio Moro, que condenou Lula, “estarreceram todos os profissionais do direito”, segundo aponta reportagem de Mônica Bergamo, na Folha. “Ficamos chocados ao ver como as regras fundamentais do devido processo legal brasileiro foram violadas sem qualquer pudor”, afirmam ainda no texto. “Num país onde a Justiça é a mesma para todos, um juiz não pode ser simultaneamente juiz e parte num processo.”







Eles seguem: “Por causa dessas práticas ilegais e imorais, a Justiça brasileira vive atualmente uma grave crise de credibilidade dentro da comunidade jurídica internacional”.



Os juristas que assinam o manifesto são de países como França, Espanha, Itália, Portugal, Bélgica, México, EUA e Colômbia.



Leia abaixo o artigo na íntegra e todos os signatários



Lula não foi julgado, foi vítima de uma perseguição política





Nós, advogados, juristas, ex-ministros da Justiça e ex-membros de Cortes Superiores de Justiça de vários países, queremos chamar à reflexão os juízes do Supremo Tribunal Federal e, mais amplamente, a opinião pública do Brasil para os graves vícios dos processos movidos contra Lula.



As recentes revelações do jornalista Glenn Greenwald e da equipe do site de notícias The Intercept, em parceria com os jornais Folha de São Paulo e El País, a revista Veja e outros veículos, estarreceram todos os profissionais do Direito. Ficamos chocados ao ver como as regras fundamentais do devido processo legal brasileiro foram violadas sem qualquer pudor. Num país onde a Justiça é a mesma para todos, um juiz não pode ser simultaneamente juiz e parte num processo.



Sérgio Moro não só conduziu o processo de forma parcial, como comandou a acusação desde o início. Manipulou os mecanismos da delação premiada, orientou o trabalho do Ministério Público, exigiu a substituição de uma procuradora com a qual não estava satisfeito e dirigiu a estratégia de comunicação da acusação.





Além disso, colocou sob escuta telefônica os advogados de Lula e decidiu não cumprir a decisão de um desembargador que ordenou a liberação de Lula, violando assim a lei de forma grosseira.



Hoje, está claro que Lula não teve direito a um julgamento imparcial. Ressalte-se que, segundo o próprio Sérgio Moro, ele foi condenado por "fatos indeterminados". Um empresário cujo depoimento deu origem a uma das condenações do ex-presidente chegou a admitir que foi forçado a construir uma narrativa que incriminasse Lula, sob pressão dos procuradores. Na verdade, Lula não foi julgado, foi e está sendo vítima de uma perseguição política.



Por causa dessas práticas ilegais e imorais, a Justiça brasileira vive atualmente uma grave crise de credibilidade dentro da comunidade jurídica internacional.



É indispensável que os juízes do Supremo Tribunal Federal exerçam na plenitude as suas funções e sejam os garantidores do respeito à Constituição. Ao mesmo tempo, esperamos que as autoridades brasileiras tomem todas as providências necessárias para identificar os responsáveis por estes gravíssimos desvios de procedimento.



A luta contra a corrupção é hoje um assunto essencial para todos os cidadãos do mundo, assim como a defesa da democracia. No entanto, no caso de Lula, não só a Justiça foi instrumentalizada para fins políticos como o Estado de Direito foi claramente desrespeitado, a fim de eliminar o ex-presidente da disputa política.



Não há Estado de Direito sem respeito ao devido processo legal. E não há respeito ao devido processo legal quando um juiz não é imparcial, mas atua como chefe da acusação. Para que o Judiciário brasileiro restaure sua credibilidade, o Supremo Tribunal Federal tem o dever de libertar Lula e anular essas condenações.



Lista de Signatários



Bruce Ackerman, professor Sterling de direito e ciência política, Universidade Yale



John Ackerman, professor de direito e ciência política, Universidade Nacional Autônoma do México



Susan Rose-Ackerman, professora emérita Henry R. Luce de jurisprudência, Escola de direito da Universidade Yale



Alfredo Beltrán, ex-presidente da Corte Constitucional da Colômbia



William Bourdon, advogado inscrito na ordem de Paris



Pablo Cáceres, ex-presidente da Suprema Corte de Justiça da Colômbia



Alberto Costa, Advogado, ex-ministro da Justiça de Portugal



Herta Daubler-Gmelin, advogada, ex-ministra da Justiça da Alemanha



Luigi Ferrajoli, professor emérito de direito, Universidade Roma Três



Baltasar Garzón, advogado inscrito na ordem de Madri



António Marinho e Pinto, advogado, antigo bastonário (presidente) da ordem dos advogados portugueses



Christophe Marchand, advogado inscrito na ordem de Bruxelas



Jean-Pierre Mignard, advogado inscrito na ordem de Paris



Eduardo Montealegre, ex-presidente da Corte Constitucional da Colômbia



Philippe Texier, ex-juiz, Conselheiro honorário da Corte de Cassassão da França, ex-presidente do Conselho econômico e social das Nações Unidas



Diego Valadés, ex-juiz da Corte Suprema de Justiça do México, ex-procurador-Geral da República



Gustavo Zafra, ex-juiz ad hoc da Corte Interamericana de Direitos Humanos



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