4784 visitas - Fonte: Revista Época
O Ministério da Saúde afirmou nesta quarta-feira ao STF que o Brasil não possui seringas suficientes para a vacinação de Covid-19, ao contrário do que declarou Eduardo Pazuello na semana passada.
"Estima-se que há nos estados mais de 52 milhões de seringas e agulhas aptas para a realização da vacinação, enquanto a estratégia para os grupos listados estima quase 30 milhões de doses para os esquema vacinal completo de duas doses", disse a pasta, em documento de 8 de janeiro endossado por Pazuello e enviado ao Supremo nesta quarta-feira, no âmbito de uma ação movida pela Rede Sustentabilidade, relatada por Ricardo Lewandowski.
Com uma tabela que engloba todos os estados, o ministério afirmou que os números foram contabilizados a partir de e-mails enviados aos estados em 27 de novembro, e que "apenas" sete estados não terão seringas o bastante.
"Verifica-se apenas que os estados do Acre, Bahia, Espírito Santo, Mato Grosso do Sul, Paraíba, Pernambuco e Santa Catarina não teriam estoque suficiente para suprir essa demanda inicial, caso houvesse a disponibilidade imediata das 30 milhões de doses", afirmou, em uma tentativa de minimizar que um terço dos estados ficará impedido de imunizar sua população a contento em uma pandemia que já matou 205 mil brasileiros.
Em outro documento, desta vez de 11 de janeiro, enviado ao STF no mesmo pacote, a Saúde afirmou que "os estados possuem aproximadamente 80 milhões de seringas e agulhas que poderão ser utilizadas para início da campanha de vacinação contra a Covid-19".
Não há, contudo, mais detalhes desses números que a pasta alegou para o início da imunização.
Esse documento do dia 8 também afirmou que o ministério não possui estoque disponível de seringas, e sustentou que isso é um costume, já que essa compra caberia apenas aos estados.
"Via de regra, as aquisições são realizadas pelos próprios entes federados, cabendo à União o fornecimento dos imunobiológicos necessários para a imunização. Por esse motivo, este ministério não possui estoque disponível para a realização da referida campanha de vacinação".
Ainda segundo o documento do dia 8, a pasta tem a "expectativa" de adquirir 40 milhões de seringas até o fim de janeiro.
O discurso contrasta com o que tem dito o general e ministro da Saúde, Eduardo Pazuello:
"Senhoras e senhores, não existe falta de seringa", declarou Pazuello, durante um pronunciamento irritado no Palácio do Planalto na semana passada, quando atacou a imprensa e se recusou a responder perguntas dos repórteres.
(Por Eduardo Barretto)
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