769 visitas - Fonte: Último Segundo
O governo fez nesta quinta-feira duas investidas para tentar diminuir a temperatura da crise gerada pelas suspeitas de irregularidades na compra de vacinas, cujo principal elemento são as denúncias em torno da Covaxin. O Ministério da Saúde anunciou o cancelamento do contrato de aquisição do imunizante, que já havia sido suspenso, e a Controladoria-Geral da União (CGU) sustentou que não foram encontrados indícios de corrupção no negócio, firmado com a Precisa Medicamentos, empresa que representava o laboratório indiano Bharat Biotech.
Apesar do esforço do Executivo para desinflar o caso e, com isso, esvaziar a CPI da Covid, os principais personagens da comissão deixaram claro que vão mantê-lo na mira das apurações.
O relator do colegiado, senador Renan Calheiros (MDB-AL), rechaçou a possibilidade de a investigação ter perdido o sentido com o cancelamento do contrato:
"Seria muito bom se a CGU tivesse investigado lá atrás. Se isso tivesse acontecido, não haveria nem CPI. Agora não, agora é tarde, ela vai apenas colaborar nesse trabalho de fôlego que está se fazendo. Nós temos mais informações do que tínhamos no início e vamos apurar em todas as direções necessárias".
Na mesma linha, o presidente da comissão, Omar Aziz (PSD-AM) disse que o governo “demorou muito” para averiguar o que o Brasil já sabia por meio da CPI. Ele também cobrou que seja divulgado o contrato entre a Precisa e a Bharat Biotech para verificar qual foi o valor da comissão dado à empresa brasileira.
"O que a CGU e o ministro Queiroga falaram, nós já sabíamos há muito tempo. Demorou bastante, né? E ainda têm servidores que continuam nos mesmos cargos e que ajudaram a fazer esse tipo de coisa", declarou Aziz, citando como exemplo Elcio Franco, que foi secretário-executivo do Ministério da Saúde e hoje ocupa função no Palácio do Planalto.
O atual titular da pasta, Marcelo Queiroga, concedeu uma entrevista coletiva, ao lado do ministro da CGU, Wagner Rosário, para oficializar a ruptura do compromisso com a Precisa. O contrato em questão, fechado em tempo recorde, previa a compra de 20 milhões de doses da Covaxin por R$ 1,6 bilhão, a mais cara entre as adquiridas pelo governo. Nenhum imunizante chegou a ser entregue, assim como nada foi pago.
"O contrato, independente de qualquer outro ponto, já perdeu o objeto, e o Ministério da Saúde apenas aguarda o posicionamento da Precisa para considerar esse assunto Bharat Biotech encerrado", afirmou Queiroga.
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