Telões montados em caminhões percorrem ruas de Nova Iorque denunciando crimes ambientais de Bolsonaro

Portal Plantão Brasil
20/9/2021 21:51

Telões montados em caminhões percorrem ruas de Nova Iorque denunciando crimes ambientais de Bolsonaro

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1521 visitas - Fonte: Folha de São Paulo

SÃO PAULO - Nesta terça (21), quando o presidente brasileiro Jair Bolsonaro (sem partido) iniciar seu discurso na Assembleia-Geral da ONU, um caminhão com três telões circulará pelas ruas de Nova York exibindo mensagens como “Bolsonaro is burning the Amazon” (Bolsonaro está queimando a Amazônia, em inglês).



O caminhão já rodou as ruas da cidade-sede da ONU, nos Estados Unidos, nesta segunda (20), primeiro dia de agenda oficial do presidente brasileiro em solo americano. Entre os locais por onde ele passou estão Wall Street, a Times Square e o One World Trade Center.

No vídeo exibido nos telões ambulantes, as frases contra o presidente são acompanhadas do som de labaredas flamejando e de imagens, ora da floresta em chamas, ora de montagens de Bolsonaro com o rosto em fogo.



A intervenção foi elaborada por um grupo de ativistas brasileiros e americanos e financiada por organizações não governamentais ligadas ao meio ambiente e à defesa da democracia no Brasil. Entre as frases exibidas no vídeo, estão ainda “Jail Bolsonaro” (prendam Bolsonaro), “Amazon or Bolsonaro” (Amazônia ou Bolsonaro) e “Bolsonaro, climate criminal” (Bolsonaro, criminoso climático).



A ação é capitaneada pelas organizações Amazon Watch e US Network for Democracy in Brazil (Rede dos Estados Unidos pela Democracia no Brasil), que estimam terem gasto US$ 1.800 (cerca de R$9.500) por dia de intervenção. Outras organizações envolvidas na iniciativa preferiram o anonimato para evitar retaliações do governo brasileiro.

Na noite desta terça, os caminhões circularam nos arredores da residência oficial da missão do Brasil da ONU, onde Bolsonaro foi recebido em um jantar. Ao chegar, o presidente se dirigiu aos ativistas e fez um sinal de “menos” com as mãos. O ministro do Turismo, Gilson Machado, também fez um gesto com as mãos.



Um grupo de seis manifestantes continuou um protesto, cantando palavras de ordem e músicas como “Apesar de Você”. A segurança pediu que um deles parasse de tocar um tambor.

"Sabemos que Bolsonaro veio a Nova York para mentir que seu governo está protegendo a Amazônia e, portanto, nós temos o dever de denunciá-lo", explica Christian Poirier, diretor de programas da Amazon Watch. Ele afirma que a ação destaca haver nos EUA uma rede de brasileiros e brasilianistas que apoiam e se preocupam com a democracia no Brasil.

"O futuro da floresta está ameaçado por este presidente, que diz protegê-la."



Em nota, as organizações da sociedade civil envolvidas na ação afirmam que “a mera presença de Bolsonaro na Assembleia-Geral das Nações Unidas demanda uma resposta”.

“Ele é o único chefe de Estado não vacinado. É o homem que desmontou os instrumentos de fiscalização do desmatamento em seu país. Ele é o líder que autoriza e anistia o aumento recorde na destruição da Amazônia e de outros biomas”, descreve o texto, que aponta o presidente brasileiro como responsável por “um dos maiores ataques aos povos indígenas do Brasil”.

O discurso de Bolsonaro na ONU é visto por diplomatas, militares e integrantes mais moderados do governo federal como um palco internacional importante na tentativa de reduzir a pressão sobre o Brasil em temas como preservação da Amazônia e direitos das comunidades indígenas.



A imagem de líder descompromissado com a proteção ambiental e hostil a comunidades tradicionais é considerado um obstáculo à agenda externa do Brasil, além de ser um entrave à expansão do comércio exterior do agronegócio brasileiro.

"Bolsonaro representa tudo o que é ruim no Brasil neste momento: negacionismo, recusa às vacinas, agressividade contra povos indígenas, contra o povo negro e contra o movimento LGBT", avalia o brasilianista James Green, professor de história do Brasil na Universidade Brown (EUA) e um dos coordenadores da Rede nos EUA pela Democracia no Brasil.

"É um desejo de pessoas em Nova York demonstrar repúdio geral ao governo dele e às políticas que ele tem defendido."



Segundo Green, este é um movimento que aponta para o progressivo isolamento e vulnerabilidade de Bolsonaro, como apontado por pesquisa Datafolha, que indica reprovação ao seu governo por 53% dos brasileiros.

“Nenhum chefe de Estado, nenhuma liderança comprometida com meio ambiente, direitos humanos e democracia deve confiar em uma só palavra que Bolsonaro tenha a dizer nem recebê-lo ou tê-lo como aliado”, acusa o documento das organizações envolvidas na ação em Nova York, que apontam o presidente brasileiro como "um extremista e uma ameaça real ao futuro de todos nós”.

Outros grupos e coletivos de ativistas brasileiros e americanos planejam ainda espalhar projeções e cartazes por Nova York nesta terça (21).



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