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A Polícia Federal prendeu novamente o bolsonarista radical Aníbal Manoel Laurindo, apontado como mandante do assassinato do advogado Roberto Zampieri, morto com dez tiros em Cuiabá, em dezembro de 2023. A prisão ocorreu durante a 7ª fase da Operação Sisamnes, que desmantelou o “Comando C4” — organização criminosa formada por civis e militares da ativa e da reserva, especializada em espionagem e execuções sob encomenda. O grupo cobrava até R$ 250 mil por morte e mantinha uma tabela de alvos que incluía ministros do STF, senadores e deputados.
A investigação revelou que Aníbal integrava a “Frente Ampla Patriota”, grupo bolsonarista que acampou diante de quartéis após a vitória de Lula, exigindo intervenção militar. Foi nesse meio que conheceu o coronel da reserva Luiz Cacadini, também preso, suspeito de financiar o assassinato de Zampieri. O crime expôs uma estrutura clandestina de extermínio, com arsenal pesado, uso de disfarces, espionagem com drones e até iscas sexuais para atrair vítimas.
A PF descobriu que o grupo planejava ações com objetivos políticos, ideológicos e econômicos. O assassinato de Zampieri teria ligação com uma disputa por terras avaliadas em mais de R$ 100 milhões, além de envolvimento em esquema de venda de sentenças no Tribunal de Justiça do Mato Grosso e indícios de conexões com o STJ. O caso revelou um esquema de eliminação de desafetos com padrão paramilitar e alto grau de organização.
Além de Aníbal e Cacadini, foram presos Antônio Gomes da Silva (atirador), Hedilerson Barbosa (intermediador e dono da arma) e Gilberto Louzada da Silva. A PF apreendeu parte do armamento planejado, incluindo fuzis com silenciadores, minas magnéticas, lança-rojões e veículos preparados para fuga. As medidas foram autorizadas pelo ministro Cristiano Zanin, do STF.
O plano criminoso ainda incluía espionagem e eliminação de autoridades com uso de tecnologia avançada e práticas clandestinas. Embora nem todos os alvos tenham sido monitorados, a PF não descarta a possibilidade e segue aprofundando as investigações em outros estados e instâncias do poder.
O assassinato de Zampieri, executado com dez tiros em plena luz do dia, escancarou o funcionamento de uma milícia ideológica a serviço da extrema-direita. A operação da PF amplia o cerco contra redes criminosas que atuam com métodos fascistas e colocam em risco a democracia brasileira.
Com informações da Fórum
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