Alô, imprensa de SP, vamos trabalhar? Ou Jaguari-Jacareí secou ou a Sabesp mudou de planos…

Portal Plantão Brasil
11/4/2014 15:00

Alô, imprensa de SP, vamos trabalhar? Ou Jaguari-Jacareí secou ou a Sabesp mudou de planos…

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957 visitas - Fonte: Tijolaço

Como a imprensa paulistana custa uma eternidade a perceber o que se passa com a água da sua cidade, vai a dica “grátis” para os chefes de reportagem.



Houve uma súbita mudança ontem no padrão de aproveitamento das águas dos reservatórios do Sistema Cantareira.



Pode ter sido uma determinação no novo secretário de Recursos Hídricos, Mauro Arce (que viveu e escreveu sobre a crise de 2004) ou, pior, pode ter sido o fim operacional, na prática, do maior dos reservatórios do Sistema, o Jaguari-Jacareí, que concentra mais de 80% da capacidade do Cantareira.



Este reservatório, que sempre – inclusive nos últimos dias – vinha fornecendo ente 18 e 22 metros cúbicos por segundo, só liberou ontem 5 mil metros cúbicos por segundo.



E não foi por ter havido maior volume de água entrando nos outros reservatórios e, com isso, seu nível de água – o mais crítico de todos, com 4,6% do volume útil, apenas – ser “economizado”.

Ao contrário, o deficit registrado ontem no sistema foi de 14,5 m³ por segundo, altíssimo e correspondente a 1,25 bilhão de litros por dia.



Pode ter sido uma decisão para manter o maior reservatório operando, pode ter sido um problema técnico e pode ter sido o que o próprio Arce escreveu em 2004, quando a fixação do nível operacional mínimo do Jaguari-Jacareí foi rebaixada para 820,8 metros acima do nível do mar.



A ligação do Jaguari-Jacareí com o Cachoeira é feita através do túnel 7. Na cota 829,00 metros sobre o nível do mar (s.n.m.), o referido túnel permite o escoamento de até 29 m3/s. Em cotas inferiores a 829,00 metros s.n.m., a capacidade de escoamento do túnel vai sendo reduzida em função do que em hidráulica se chama perda de carga. Até a definição da nova outorga considerava-se o zero operacional (nível mínimo operacional) a cota de 829,00 metros s.n.m., ou seja, escoamento pelo túnel 7 de 29 m3/s. Abaixo da cota 829,00 metros sempre existiu o volume de 212 milhões de metros cúbicos. No ano passado, parte desse volume foi usada quando os reservatórios Jaguari-Jacareí operaram na cota 827,53 metros s.n.m.



A cota do reservatório, ontem, era de 822,54 metros, cinco metros abaixo daquele mínimo experimentado em 2004 e seis metros e meio abaixo do ponto onde o próprio Arce diz que começa a haver a perda da pressão hidráulica.



Há ainda uma outra possibilidade que não pode ser descartada: a de ter sido feito um teste do sistema de bombeamento instalado no reservatório Atibainha, de onde a Sabesp pretende tirar a água que já não virá por gravidade para o sistema. 80% da água de Sao Paulo veio deste reservatório, que estava sendo mantido intacto.

A presidente da Sabesp, Dilma Pena, disse ontem que as críticas ao comportamento da empresa e do Governo paulista partem de quem não estuda.



Será que isso foi para a imprensa paulista, que só publica o que dizem as autoridades? Querendo, os dados estão todos aqui, é só olhar.



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