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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez nesta quarta-feira (17) um discurso contundente em defesa da memória democrática do país, acusando setores políticos de buscarem apagar da história os ataques golpistas de 8 de janeiro. Durante a última reunião ministerial de 2025, Lula afirmou que “eles querem que o 8 de janeiro caia no esquecimento, e nós queremos que a sociedade não se esqueça nunca”. Em resposta, anunciou a realização de um ato simbólico em Brasília no dia 8 de janeiro de 2026 para marcar a data e reafirmar o compromisso com as instituições.
A fala do presidente ocorre em um momento de tensão máxima no Congresso Nacional, onde o Senado acelera a votação do polêmico Projeto de Lei da Dosimetria. O texto, que prevê regras mais brandas para a progressão de pena de condenados por crimes contra o Estado Democrático de Direito, poderá impactar diretamente as penas dos envolvidos nos ataques de 2023, inclusive a do ex-presidente Jair Bolsonaro. Lula, ao reforçar a importância de preservar a memória dos fatos, fez um claro contraponto à iniciativa legislativa. “Um dia esse país teve alguém que não soube perder a eleição e resolveu, pela forma mais cretina, continuar governando esse país, inclusive querendo matar nós dois”, declarou, referindo-se a si e ao vice-presidente Geraldo Alckmin.
Em seu discurso, Lula também traçou um contraste entre seu projeto de governo e o de seus potenciais adversários na eleição de 2026. Questionou o compromisso de outros candidatos com a população mais pobre e alertou que a repetição de um modelo excludente faria o povo “voltar a ser invisível”. Para o presidente, a verdadeira democracia vai além das urnas e se materializa em direitos concretos. “A democracia da vida real, de ter o direito de comer, trabalhar, estudar, de ter acesso à cultura, de ir e vir. É isso que precisamos valorizar”, afirmou, creditando a seu governo o resgate institucional do país e a projeção internacional do Brasil.
Enquanto Lula se dirigia aos ministros, a Comissão de Constituição e Justiça do Senado, atendendo a um cronograma acelerado, reduzia para apenas quatro horas o prazo de vista do PL da Dosimetria e marcava a votação do parecer para o mesmo dia. O relator, senador Esperidião Amin, incorporou uma emenda do senador Sergio Moro para restringir os efeitos da lei aos crimes contra a democracia, tentando fechar brechas. A declaração do presidente e a movimentação no Congresso ocorrem sob a sombra da recente condenação de Bolsonaro pelo STF a mais de 27 anos de prisão, evidenciando que a batalha pela narrativa sobre o 8 de janeiro e pela aplicação das penas aos golpistas está longe do fim.
Com informações do Brasil247
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