O cavalo de Toffoli do terceiro turno

Portal Plantão Brasil
20/11/2014 07:54

O cavalo de Toffoli do terceiro turno

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O cavalo de Toffoli do terceiro turno





Nas próximas semanas, o jogo político-jurídico será mais importante que os cenários econômicos, para se avaliar 2015.



Nos últimos dois dias, Dilma Rousseff colocou em marcha duas estratégias tardias para amenizar a fogueira criada pela Operação Lava Jato.



Uma delas é a criação de uma diretoria de compliance para a Petrobras, incumbida de aplicar as regras de mercado em todas as instâncias da companhia.



Outra, foi a reativação da Câmara de Gestão, criada no início do governo Dilma para reunir empresários que a assessorassem na modernização da gestão pública - e abandonada posteriormente.



São duas medidas tardias que, por si só, não significam muito. Dilma especializou-se em ações pontuais para momentos de crise que depois são relegadas a segundo plano. Terá que mostrar muito mais: a institucionalização de políticas de participação, o fim das decisões autocráticas e a nomeação de um MInistério de primeiro nível, que não diga apenas sim.



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A nova frente de batalha, agora, é o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) e a maior ameaça é o presidente Ministro Antonio Dias Toffoli. Ele está no centro da operação para derrubar Dilma.



Nos últimos tempos, vários sinais indicaram que se alinhou a Gilmar Mendes.



O gatilho teria sido a animosidade dele com Dilma. Nas reuniões palacianas, Dilma ainda na Casa Civil levantou a voz com ele e a reunião terminou em bate-boca dos bravos.



A má vontade de Toffoli aumentou com a não atenção do Palácio às suas demandas.



Mas foi apenas um álibi para Toffoli desembarcar da canoa petista e aderir aos seus novos aliados. Hoje em dia, come na mão de Gilmar.



Recentemente surpreendeu o TSE com uma defesa do regime militar e um lobby escancarado em favor de Paulo Maluf, com a alegação de que Maluf foi importante para a abertura política. Passou a defender a PEC da bengala - pela qual os Ministros do Supremo só poderão se aposentar aos 75 anos. A PEC foi imaginada unicamente para tirar de Dilma o poder de indicar a maioria do STF nos próximos anos.



A TV Globo já lhe abriu as portas, garantindo a blindagem.



***



Na semana passada, aproveitou o fim de mandato de um MInistro do TSE - que estava analisando as contas de campanha do PT - para redistribuir os processos para Gilmar Mendes, manipulando o sistema de sorteios do Tribunal. A probabilidade dos dois processos caírem simultaneamente com Gilmar era de 2%.



A alegação foi a demora de Dilma em definir o substituto. Só que a redistribuição dos processos ocorreu apenas 8 horas úteis depois. E foi condenada pelo próprio Procurador Regional por não obedecer aos trâmites do tribunal, que ordenava que fossem transferidos para o Ministro substituto da mesma classe.



Daqui para frente, a crise política se desdobrará da seguinte maneira:



1, Gilmar tratará de buscar todos os elementos para rejeitar as contas de Dilma. Provavelmente tentará encontrar alguma ligação entre o Caixa 1 da campanha e a Operação Lava Jatos.



2. Nesse período, inundará os grupos de mídia com boatos, notas, escândalos ou factoides, visando criar o clima político adequado para a cassação.



3. Rejeitada a conta, DIlma será empossada. Mas o mandato poderá ser suspenso, dependendo da votação do pleno do TSE. Dos 7 conselheiros, 3 são voto certo contra Dilma - Gilmar, João Otávio Noronha (ligado a Aécio) e Luiz Fux. Outros três votos dependerão da consistência ou não do relatório de GIlmar e da pressão da mídia: Maria Tereza Assis Moura, Luciana Lóssio e Henrique Neves ou Admar Gonzaga, seu substituto.



O desempate ficará com Toffoli.



Amigos antigos julgam que suas investidas são para espicaçar o governo, não para feri-lo de morte. Mas não colocam a mão no fogo. Haverá apelações ao STF.



De qualquer modo, não se espere um início tranquilo de governo, que permita a volta à normalidade econômica.



O terceiro turno ainda demorará para terminar.



PS - Ricardo Noblat sempre atacou Toffoli por motivos pessoais. Desta vez fez defesa enfática atribuindo as críticas a "blogueiros chapas brancas ligados ao PT". Não é a primeira vez que Noblat recorre a leviandades desse tipo. Devia se tocar que já passou da idade de praticar esse jornalismo juvenil de insinuações. É molecagem.



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