TRAFICANTE É MORTO NA INDONÉSIA. MAS AS DROGAS ESTÃO VIVÍSSIMAS POR LÁ

Portal Plantão Brasil
28/4/2015 21:14

TRAFICANTE É MORTO NA INDONÉSIA. MAS AS DROGAS ESTÃO VIVÍSSIMAS POR LÁ

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912 visitas - Fonte: Tijolaço

O episódio lamentável da execução do brasileiro Rodrigo Muxfeldt Gularte na Indonésia deveria servir para uma reflexão sobre o crescente furor, aqui nas terras tupis, pela pena de morte.



A pena de morte por tráfico de drogas, lá, é uma regra.



E o tráfico de drogas em Bali, principal destino dos estrangeiros na Indonésia (três milhões por ano) também é.



O relato da Karla Monteiro, da Folha, que esteve lá há dois meses, é cruel:



” a lei que mata não diminui o tráfico nem o consumo. Aumenta a propina.”



A pena de morte, por lá, não é nova: vem sendo aplicada desde 1973.



Mais de 40 anos, portanto, duas gerações.



A discussão não é, infelizmente, se um traficante de drogas deva ou não pagar com a vida por seu crime.



É sobre se isso serve para alguma coisa.



Não serve na Indonésia, onde duas dúzias de estrangeiros já foram levados ao pelotão de fuzilamento.



Não serve aqui, onde já está instituída informalmente para os traficantes da periferia e da favela, que dificilmente vivem os 42 anos que viveu Rodrigo, morto hoje.



Não é preciso a pena de morte oficial, já há a de extermínio, por bandidos ou policiais, que se misturam em áreas cinzentas.



Como não serve para evitar a criminalidade monstruosa a pena de morte remanescente nos EUA, aplicada em 35 pessoas ano passado.



Talvez sirvam para uma única coisa: responder aos sentimentos de bestialidade que existem dentro de todos nós.



E que a classe dominante, ao longo da história, sempre manipulou em seu exercício de poder.



Drogas, traição ao rei, assassinato, rebeldia ou, muitas vezes, ódio racial ou religioso, punidos exemplarmente para louvar o status-quo.



Não haverá um comprimido de ecstasy ou uma grama a menos em Bali agora que o traficante está morto.



Mas não é a morte dele aquilo que, essencialmente, me entristece.



O que me deixa sombrio é o júbilo quase indisfarçado com a morte de um ser humano.



Se queremos regressar ao passado, à barbárie, por favor, arranjem outra desculpa.



Ou paremos de chamar de selvagens os degoladores do Estado Islâmico.



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