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(Redação BR29)
Um desabafo impressionante de uma aluna da UNIRIO (Universidade Federal do Estado do Rio) foi postado nas redes sociais na data de ontem (04). No relato, ela denuncia um professor machista,agressivo e “aparentemente” descontrolado emocionalmente.
O jornal OGlobo publicou uma nota dizendo que a aluna de biblioteconomia ameaçou o professor com uma arma de choque e que todos os alunos saíram correndo da sala de aula.
Parece que não foi bem assim que aconteceu!
leia o relato:
Alguns de vocês já sabem, outros não, mas semana passada fui ameaçada em sala de aula, por ter questionado a conduta machista de um professor.
O professor batia violentamente em objetos a minha volta, berrando para que eu saísse da sala, incitando outros alunos a me tirarem a força porque eu o “afrontei” na aula.
Fui amparada pela polícia, pela minha familia, amigos, pelo Coletivo de Mulheres Unirio e pela coordenação do curso de biblioteconomia.
A “treta” por completo:
Desde o começo do semestre, o professor E.S.A se recusa a dar aulas, afirmando que não daria aula sem computador, e que a UNIRIO não dava computador pra quem não votasse no Jutuca para reitor novamente. Afirmação que eu não duvido de ser verdade, pois coincidentemente logo após as eleições o computador chegou.
Isso fazia das aulas uma tortura de 3 horas do Alentejo falando o que bem quisesse, na maior parte do tempo ele falava mal do “PT”. Mas falar mal desse partido era apenas fachada para seu discurso de ódio.
No segundo dia de aula, o professor xingava a Dilma de puta, vagabunda, e oscilava entre dizer que ela é “sapata” e dizer que a comeria de quatro, porque o governo federal cortou a verba para ele viajar para um congresso que ocorrerá esse ano na França.
O renomado professor dizia que não estudou para dar palestra em faculdade de fim de mundo no Brasil, nem pra escrever seus artigos em português, que é uma lingua “feia”.
Além disso, dentro do ódio dele ao PT, a Dilma é puta, vagabunda, e o lula é ladrão, corrupto, enfim, o tratamento é diferente.
Na terceira aula, o professor tentou falar mal do bolsa família. Dizendo que isso comprava votos. Eu respondi que não, que isso nos fez sair do mapa da fome na ONU, foi quando ele sacou a máxima de que “no nordeste os adolescentes vão em caçambas de caminhão votar em quem mandarem em troca de um saco de comida.”
O menino nordestino em sala de aula parou a fala dele na hora, disse que isso era um absurdo, o menino tremia pra falar, claramente ofendido. Vendo a “merda” que falou, o professor se justificou dizendo que “tem familia no nordeste” e não tem nada contra nordestino. O menino foi muito sensato dentro do possível na situação e deixou pra lá depois dessa desculpa esfarrapada.
E, de forma menos nojenta, mas dentro do contexto do circo de horrores que era cada aula, ainda passou quase uma hora falando de como favelado só é marginal porque quer, porque ele veio da favela e já tem seu doutorado, viaja pra europa, sem roubar ninguém. Clássico meritocrata iludido.
Terça passada eu entrei em sala atrasada, e o professor estava contando muito orgulhoso do dia em que ele chamou a Marilena Chaui *** de piranha, dizendo em tom de deboche que “não sabia porque ela, mas ela não gostou”.
*** Marilena de Souza Chaui é professora renomada de filosofia, historiadora de filosofia brasileira e membro do Partido dos Trabalhadores ***
Respondi que ela não gostou porque foi machista da parte dele, e ele, já um pouco alterado, respondeu que primeiro ela o havia chamado de burguês, logo ela ” foi comunista” com ele, e antes que eu pudesse responder de novo, o professor disse que voltaria ao assunto da matéria, então me calei, e a aula seguiu.
Minutos depois o professor interrompeu a aula novamente para jogar conversa fora, e eu aproveitei o momento para retomar o assunto.
Primeiro perguntei se ele achava justo atacar alguem pela sua sexualidade posto que a pessoa apenas discordou da sua opinião política. Ele respondeu que não, e começava a falar que sexualidade e politica são coisas “muito diferentes”… quando eu o interrompi e perguntei como ele poderia então chamar alguém de piranha porque a pessoa o chamou de burguês.
O professor ficou irritado ao ver que caiu em contradição e me perguntou se eu iria “mesmo afrontá-lo”. Eu disse que não, mas que ele como formador de opinião não devia discorrer seus preconceitos em sala de aula.
Eduardo então ficou extremamente violento, berrou que em sala de aula dizendo que é o rei e que falaria o que quisesse. Se dirigiu a porta e me ordenou que saísse.
Eu recusei, foi quando Eduardo socou a porta com força e veio em minha direção, começou a bater na mesa ao meu lado gritando que eu sairia sim de sala, que seria reprovada em sua matéria, os socos que ele dava na mesa ao meu lado foram ouvidos em outras salas.
Quando parou de surrar a mesa, foi novamente em direção a porta, abriu-a e disse aos alunos que “ou ela ou eu”. Um homem sentado atrás de mim apoiava o professor e dizia que “alguém” tinha que me tirar da sala de aula.
Temi pela minha segurança física, mas disse novamente que não sairia de sala. Eu não sabia o que fazer, tinha medo de me levantar e o docente me agredir, posto que ele estava fora de si e batendo em objetos a minha volta.
Permanecer sentada era permanecer vulnerável, a ele e aos colegas que já cogitavam me arrastar de lá a força. Apavorada, peguei a lanterna de choque que carrego por segurança, botei bem próxima a mim e disse que se ele tentasse me agredir a usaria nele, na esperança não só de intimidar o agressor, mas principalmente de chamar atenção de um vigilante, como, para minha sorte, aconteceu.
O vigilante quando chegou me garantiu a permanência e a integridade física enquanto o professor retirava a seus aparelhos de sala de aula, e os alunos também começavam a sair de sala.
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