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O ex-ministro da Secretaria-Geral da Presidência Gustavo Bebianno disse em entrevista ao programa Os Pingos nos Is, da rádio Jovem Pan, que o vereador Carlos Bolsonaro (PSC-RJ), filho do presidente Jair Bolsonaro, foi o responsável pela sua demissão do governo.
“Fui demitido pelo Carlos Bolsonaro. Simples assim.”
Bebianno diz não entender de onde vem a oposição do vereador a ele. “Essa pergunta tem que ser direcionada a ele. Eu não tenho esse sentimento por ele [Carlos]”.
O ex-ministro se tornou a primeira baixa no governo Bolsonaro após uma crise instalada no Palácio do Planalto depois que a Folha revelou a existência de um esquema de candidaturas laranjas do PSL para desviar verba pública eleitoral. O partido foi presidido por ele durante as eleições de 2018, em campanha de Bolsonaro marcada por um discurso de ética e de combate à corrupção.
A entrevista de Bebianno à Jovem Pan foi baseada nos áudios divulgados nesta terça pela revista Veja, que contradizem tanto Bolsonaro como Carlos, que acusaram o ex-ministro de mentir sobre ter feito contato com o presidente.
A sequência de áudios enviados pelo aplicativo de mensagens WhatsApp tem início no dia 12 deste mês. Naquele dia, uma terça-feira, Bolsonaro ainda estava internado no Hospital Albert Einstein, em São Paulo, onde se recuperava de uma cirurgia.
Bebianno mostrou mágoa com a forma que foi demitido e pelo processo de fritura pública que antecedeu sua exoneração, publicada no Diário Oficial da União na última segunda (18).
“Minha indignação é a de ter servido como um soldado disposto a matar e morrer e no fim ser crucificado e tachado de mentiroso porque o Carlos Bolsonaro fez uma macumba psicológica na cabeça do pai”, criticou Bebianno.
O advogado que foi braço direito de Bolsonaro na campanha eleitoral afirmou que se preocupa com a agressividade excessiva do filho do presidente, que considera “acima do normal”.
“Carlos não mede as consequências de seus fatos. Como você vai a público e chama uma pessoa de mentirosa?”
Bebianno defendeu Bolsonaro e disse ter plena confiança no presidente. Mas vê na influência do filho no governo uma falha a ser corrigida.
"Acredito que Bolsonaro seja a maior liderança política espontânea que nasceu nos últimos anos, mas como todo ser humano ele é falível. E existe uma falha no que diz respeito ao comportamento do Carlos. Na minha opinião o presidente precisa dar uma basta nisso. Se fosse meu filho eu estaria preocupado".
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