507 visitas - Fonte: Reuters
Tudo indica que o governo apostou na imunidade de rebanho, disse à Reuters o relator da CPI da Covid do Senado, Renan Calheiros (MDB-AL), ao afirmar que o presidente Jair Bolsonaro nunca quis comprar vacinas e ainda estimula aglomerações, tendo inclusive adotado uma postura reincidente em determinadas condutas.
"Acho que tudo leva nessa direção", disse Renan sobre a aposta na imunidade de rebanho.
"O presidente primeiro negou a doença, chamou de gripezinha, depois ele foi contra o isolamento, o lockdown, depois minimizou o uso da máscara e estimulou uma aglomeração. Por que isso? Porque a imunização de rebanho, a imunização natural, ela pressupõe que o vírus se propague, então você tem que promover aglomerações, essa propagação do vírus, para que, pelo contágio de parcela considerável da população, você possa consequentemente imunizá-la", acrescentou.
"Por isso ele (Bolsonaro) nunca quis vacina... falou que estava sentado (em cima) do cheque de 20 bilhões de reais dado pelo Congresso Nacional e que não compraria vacina nenhuma, nenhuma e quem mandava era ele. Agiu dessa forma em relação à Pfizer", reforçou.
Em entrevista exclusiva, Renan disse que, por essa razão, o governo advogou pelo tratamento precoce com cloroquina e ivermectina, gastando inclusive recursos públicos. "Não há como dar outro nome a isso, a essas constatações como imunidade de rebanho", ressaltou.
O relator afirmou que, no momento, não há como se responsabilizar criminalmente o presidente Jair Bolsonaro por eventuais erros no enfrentamento da pandemia no país.
"Até agora não há (elementos para responsabilizar o presidente), apesar das evidências das provas de tudo o que está comprovado e tudo que foi postado, que foi publicado em Diário Oficial, dito, repetido. Ainda ontem (quinta) presidente repetiu algumas coisas que fizera lá atrás e pelas quais está sendo investigado", disse.
Entretanto, Renan ressalvou que a CPI está apenas começando, tendo acesso a informações e provas, dando o direito ao contraditório. Destacou que, embora avalie que não há dúvidas sobre a atuação do presidente, é óbvio que elas precisam ser provadas "em todas as suas etapas". Avaliou que a comissão vai fazer um relatório conclusivo do tamanho que a sociedade brasileira espera dele.
"A CPI tem buscado documentos, atos publicados no Diário Oficial, também declarações, também ordens que foram dadas, tudo isso vai ter o seu valor para efeitos da prova.
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