1146 visitas - Fonte: Folha
Em mais um aceno aos Estados Unidos, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) afirmou nesta quarta-feira (4) que não está decepcionado com Donald Trump e que ainda acredita em uma desistência por parte do governo americano na imposição de tarifas sobre as importações de aço e alumínio procedentes de Brasil e Argentina.
Na entrada do Palácio do Alvorada, onde parou para cumprimentar um grupo de eleitores, ele disse que tem havido um "certo exagero" na repercussão da afirmação do norte-americano, uma vez que o ele ainda "não bateu o martelo" e os produtos ainda não foram oficialmente taxados.
"Eu acredito no Trump, não tenho uma idolatria por ninguém, tenho uma amizade. Não vou falar amizade, não frequento a casa dele, mas temos um acordo com contato bastante cordial", disse. "Não tem decepção porque não bateu o martelo ainda. Não é porque um amigo meu falou grosso numa situação qualquer que eu já vou dar as costas para ele", acrescentou.
Na segunda-feira (2), Trump publicou a intenção de taxar o aço e o alumínio em suas redes sociais. Ele pediu que o Federal Reserve, o banco central dos EUA, impeça que países tomem vantagem de um dólar mais forte, desvalorizando suas moedas.
O governo brasileiro não planeja retaliar os Estados Unidos. O argumento do Palácio do Itamaraty na negociação tem sido o de que as tarifas sobre o aço trarão prejuízo para os exportadores de coração metalúrgico da Pensilvânia, Alabama e Virgínia Ocidental. O Brasil é o maior importador de carvão metalúrgico desses estados. Também argumentam que 89% do aço exportado pelo Brasil é semiacabado, e é insumo para a indústria americana.
PIOR AINDA:
O governo dos Estados Unidos fez chegar ao presidente Jair Bolsonaro um recado que pode ser considerado uma retaliação muito maior que taxar o aço: o Acordo de Salvaguardas Tecnológicas para uso da base de Alcântara, no Maranhão, está ameaçado caso o Brasil mantenha os chineses no leilão 5G — que está previsto para o segundo semestre de 2020. Os americanos temem espionagem e alegam que não vão utilizar sua tecnologia espacial em um país no qual as redes de tecnologia da informação são controladas por seu rival comercial, a China.
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