979 visitas - Fonte: The Intercept
De David Nemer no Intercept Brasil.
Eu acompanho grupos bolsonaristas no WhatsApp desde 2018. Já contei que, após a eleição, eles se tornaram mais radicais. Nesta semana, vi essa máquina de ódio funcionando a pleno vapor contra a jornalista Patricia Campos Mello, atacada após o depoimento do empresário Hans River na CPMI das Fake News. Alguns desses grupos, que trabalharam incansavelmente na distribuição de memes e ataques, têm dois donos bem conhecidos: Flávio e Eduardo Bolsonaro. Sim, senador e o deputado federal filhos do presidente da república.
Os números dos celulares ligados aos dois administram pelo menos 20 dos grupos que eu monitoro. Juntos, eles permitem a distribuição de conteúdo de extrema direita para pelo menos 5 mil pessoas – são 250 em cada grupo. Nesta semana, circularam por lá memes misóginos e montagens que insinuam que a jornalista estaria se prostituindo para conseguir informações – desdobramentos da narrativa plantada na CPMI.
Durante a campanha, Flávio e Eduardo Bolsonaro, conhecidos como 01 e 03 do presidente, estavam ocupados não apenas cuidando de suas próprias campanhas para a Câmara e o Senado, mas também tentando promover a campanha presidencial de seu pai. Eduardo compartilhava constantemente um número de telefone onde qualquer pessoa podia entrar em contato para apenas “Dar um Alô”, conforme detalhado em um de seus vídeos no Facebook.
O mesmo número de telefone era administrador de 11 grupos pró-Bolsonaro no WhatsApp que analisamos. Salvamos o número como “Assessoria Eduardo Bolsonaro” para nos ajudar a identificar esse contato nos grupos, e também descobrimos que a conta do WhatsApp de Eduardo também criou esses grupos.
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