O governo exonera coordenadora de monitoramento após INPE alertar sobre desmatamento na Amazônia

Portal Plantão Brasil
13/7/2020 18:58

O governo exonera coordenadora de monitoramento após INPE alertar sobre desmatamento na Amazônia

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968 visitas - Fonte: O Globo

BRASÍLIA - O governo exonerou a pesquisadora responsável pelos dois principais sistemas de monitoramento do desmatamento na Amazônia, Lubia Vinhas. Ela era a coordenadora-geral de Observação da Terra do Instituto Nacional de Pesquisas Especiais (Inpe). A exoneração foi publicada nesta segunda-feira no Diário Oficial da União (DOU) e assinada pelo ministro da Ciência e Tecnologia, Marcos Pontes.





A demissão de Vinhas acontece em meio às maiores taxas de desmatamento da Amazônia registradas nos últimos cinco anos. O desmatamento na Amazônia em junho, por exemplo, quebrou mais um recorde na série histórica do mês e chegou a 1.034,4 km² devastados, segundo números do sistema Deter do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). O índice é 10,6% maior do que o registrado no mesmo período, em 2019.



Entre agosto de 2019 e junho, o desmatamento na Amazônia atingiu uma área de 7.566 km², maior do que o que foi registrado entre agosto de 2018 e julho de 2019: 6.844 km².



Vinhas era responsável pelo Deter e pelo Prodes, dois dos principais sistemas de monitoramento do desmatamento via satélite no Brasil. Os dois sistemas são considerados referências internacionais.





Em nota, o Inpe atribuiu a exoneração de Vinhas a um processo de reestruturação do órgão e comunica que a saída dela do cargo já “estava prevista”. Ainda segundo a nota, a pesquisadora vai chefiar a Divisão de Projeto Estratégico do Inpe.



“Nesse sentido, desde o início das conversas sobre a reestruturação, já estava prevista a relocação da Dra. Lubia Vinhas do cargo de Coordenadora-Geral da CGOBT para o cargo de Chefe da Divisão de Projeto Estratégico, que tratará implementação da nova Base de Informações Georreferenciadas ("BIG") do INPE, uma demanda do Ministro Pontes”, diz o Inpe.



O texto não informa quem irá ocupar o lugar de Lubia Vinhas."





Esta não é a primeira vez que o governo exonera quadros técnicos do Inpe em meio ao aumento nas taxas de desmatamento. No ano passado, o presidente Jair Bolsonaro exonerou o então diretor-geral do Inpe Eduardo Galvão, em meio à polêmica criada em torno da divulgação dos dados sobre desmatamento da Amazônia.



Bolsonaro criticou a forma como eles vinham sendo divulgados e colocou em dúvida a veracidade dos dados. Galvão reagiu e disse que Bolsonaro havia agido de forma “covarde” e “pusilânime”. A crise terminou com a exoneração de Galvão e a nomeação de um militar para o seu lugar.





O aumento nas taxas de desmatamento na Amazônia vem causando reações domésticas e internacionais. A política ambiental do país vem sendo criticada por empresários, organizações não-governamentais e até fundos de investimento.



O governo, por sua vez, decretou uma nova ação de Garantia da Lei e da Ordem (GLO) para tentar conter o avanço do desmatamento na região, mas, apesar da presença dos militares, o devastação da floresta ainda não caiu.





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