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Após a divulgação de transcrições nas quais o jogador Robinho revelou participação no ato que levou uma mulher albanesa a acusar o atleta e amigos por estupro coletivo, em Milão, na Itália, a empresa Kicaldo, uma das patrocinadoras do Santos, declarou que rescindirá o contrato com o clube se o atacante permanecer. A Tekbond e outros parceiros também se manifestaram com o mesmo posicionamento. Detalhes do processo foram revelados nesta sexta-feira (16) pelo site "Globoesporte.com".
"Depois da reportagem veiculada pelo Globoesporte.com, a nossa posição é que o clube rescinda com o jogador Robinho. Estamos aguardando a posição do clube. Se eles rescindirem, a gente mantém a parceria. Se não, a gente não vai mais patrocinar a equipe", declarou a empresa em contato com o UOL Esporte.
Em contato com o UOL, a Tekbond, que tem sua marca estampada na região frontal da camisa do Santos, também declarou que não permanecerá com a parceria com o Alvinegro se Robinho seguir no plantel.
"A Tekbond repudia toda e qualquer situação de violência e promove o respeito à diversidade e a inclusão em suas operações. A empresa não teve conhecimento prévio sobre a contratação ou intenção do clube em contratar jogadores. Manifestamos nossa preocupação sobre o fato ao Santos assim que soubemos e, neste momento, a continuidade do nosso patrocínio está condicionada ao cancelamento da contratação do jogador pelo clube".
A Philco, que estampa sua marca nas costas do uniforme do Santos, enviou uma nota ao UOL para se manifestar oficialmente em relação ao caso.
"Após a comprovação dos fatos, a Philco vem a público informar que já encaminhou nota ao Santos Futebol Clube, solicitando providências em relação ao atleta Robinho, sendo que a parceria com o Clube só se manterá caso o mesmo rescinda o contrato com o atleta de forma imediata. Informamos que a Philco visa o patrocínio de times de futebol e práticas desportivas com o intuito de manter seu compromisso em ajudar no desenvolvimento do cenário esportivo do nosso País. A marca não compactua e repudia todo e qualquer ato de violência cometido contra a mulher", declarou a empresa.
A Orthopride, empresa de ortodontia, foi a primeira empresa a romper contrato com o Santos. O patrocinador anunciava dentro dos números da camisa do Peixe desde maio de 2018. A decisão foi motivada pela contratação do atacante Robinho.
O jogador de 36 anos tem uma condenação a nove anos de prisão na Itália por "violência sexual em grupo". A decisão é em primeira instância e o jogador e seus advogados recorrem. O camisa 7 está livre para atuar e tem até a terceira instância antes de uma sentença definitiva.
O UOL está em contato com todas as patrocinadoras e parceiras do Santos e aguarda posicionamento. Procurado pela reportagem, o clube ainda não se posicionou.
Confira o posicionamento dos patrocinadores do Santos:
Kicaldo
"Após acesso à reportagem do GE, comunicamos ao Santos F.C. que, caso o clube não rescinda o contrato com o jogador em questão, retiraremos nosso patrocínio. A Kicaldo repudia todo tipo de violência, e por isso vamos seguir agindo sempre de acordo com nossos valores".
Tekbond
"A Tekbond repudia toda e qualquer situação de violência e promove o respeito à diversidade e a inclusão em suas operações. A empresa não teve conhecimento prévio sobre a contratação ou intenção do clube em contratar jogadores. Manifestamos nossa preocupação sobre o fato ao Santos assim que soubemos e, neste momento, a continuidade do nosso patrocínio está condicionada ao cancelamento da contratação do jogador pelo clube"
Foxlux
"O Grupo Foxlux sempre acreditou e continua acreditando no esporte como ferramenta de transformação das pessoas além de ser uma estratégia de impulsionamento de nossas marcas. Continuaremos fazendo isto em todas regiões que atuamos, focados no resultado positivo que o esporte pode construir.
Reforçamos que o contrato de patrocínio a um clube de futebol profissional não nos dá nenhuma ingerência nas ações operacionais do clube incluindo contratação e dispensa de seus profissionais, porém os fatos dos últimos dias, de forma direta, acabam impactando nossas marcas e conflitam com nossos valores de atuação.
Desta forma e diante das novas divulgações apresentadas solicitamos ao Santos Futebol Clube informações de quais ações serão tomadas em relação ao ocorrido para que possamos decidir as melhores atitudes a serem adotadas. Reforçamos que a decisão do Clube quanto aos profissionais que ali trabalham cabem apenas ao clube, e para nós, como patrocinadores, cabe buscar a associação a propriedades que nos tragam boas experiências e percepções.
O certo é que o Grupo Foxlux tem em seus valores "atuar de maneira ética e respeitosa seguindo as normas da empresa e principalmente as regras e leis da sociedade e dos mercados em que atuamos." e tomaremos as atitudes necessárias que não nos vinculem a situações que não compactuam de nossa atuação no Brasil mesmo que de forma indireta como é este caso.
Aguardamos os desdobramentos das próximas horas".
Kodilar
"A Kodilar hoje pela manhã esteve em contato com a diretoria e presidência do Santos, e está cobrando um posicionamento do clube até hoje no final do dia, pedimos que o caso seja solucionado o mais rápido possível".
Philco
"Após a comprovação dos fatos, a Philco vem a público informar que já encaminhou nota ao Santos Futebol Clube, solicitando providências em relação ao atleta Robinho, sendo que a parceria com o Clube só se manterá caso o mesmo rescinda o contrato com o atleta de forma imediata. Informamos que a Philco visa o patrocínio de times de futebol e práticas desportivas com o intuito de manter seu compromisso em ajudar no desenvolvimento do cenário esportivo do nosso País. A marca não compactua e repudia todo e qualquer ato de violência cometido contra a mulher", declarou a empresa ao UOL.
Posicionamento dos representantes de Robinho
Com relação à reportagem "As gravações do caso Robinho na justiça italiana", publicada hoje pelo GE, os advogados do jogador Robson de Souza esclarecem:
1. O jogador reitera que não cometeu o crime do qual é acusado e que sempre que se relacionou sexualmente foi de maneira consentida;
2. Taxativamente não houve violência sexual tampouco admissão de culpa nas interceptações telefônicas, o que fica claro quando analisadas na integralidade e no contexto correto;
3. Por se tratar de processo sigiloso e ainda em curso, estamos impedidos de falar sobre o mérito das acusações. Entretanto, sobre a divulgação em si, deve ser esclarecido que há nos autos provas suficientes da inocência de Robinho - as quais infelizmente não foram divulgadas na matéria - e outras que ainda serão apresentadas à Justiça italiana, que certamente levarão à sua absolvição. Há diversas conversas interceptadas que não foram corretamente traduzidas para o idioma italiano, o que levou ao equívoco de interpretação.
4. Confiamos plenamente na Justiça italiana, no sucesso do recurso defensivo e na reforma da decisão, conscientes de que a submissão do feito às instâncias superiores permite justamente evitar erros judiciários e condenações injustas.
5. Por fim, Robinho agradece o apoio da torcida do Santos Futebol Clube e, como pai de família e atleta, faz questão de ressaltar que repudia todas as formas de violência.
Marisa Alija Ramos
Luciano Santoro
(representantes de Robinho)
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