1268 visitas - Fonte: Congresso em Foco
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) autorizou nesta sexta-feira (23) a importação de 6 milhões de doses da vacina Coronavac, fabricada pela farmacêutica chinesa Sinovac Biotech.
A solicitação foi feita pelo Instituto Butantan para importação, em caráter excepcional, da vacina, que está na fase 3 de estudo clínico e ainda sem registro no Brasil. As doses são destinadas à finalização dos testes pelo Butantan e posterior desenvolvimento da Coronavac.
Na quinta-feira (22), o diretor-geral do Instituto Butantan, Dimas Covas, afirmou à colunista Monica Bergamo que a Anvisa estava retardando a autorização para a importação da matéria-prima da farmacêutica Sinovac, o que dificulta a fabricação da vacina chinesa no Brasil. A Anvisa alegou que a autorização seria decidida em até cinco dias.
Além das 6 milhões de doses do imunizante CoronaVac já prontos, o Butantan pretende fabricar no Brasil, até dezembro, mais 40 milhões de doses a partir da matéria-prima que chegará da China.
A decisão foi tomada por unanimidade pela diretoria colegiada da Anvisa. “Na importação em caráter excepcional de produto sem registro é de responsabilidade do importador garantir a eficácia, segurança e qualidade do produto, inclusive o monitoramento do seu uso e o exercício da farmacovigilância. Adicionalmente, a utilização do produto ficará condicionada à obtenção de seu registro sanitário junto à Anvisa”, reforça a agência.
Em live na noite de ontem, o presidente Jair Bolsonaro disse não mandar na Anvisa, mas pontuou que a agência não iria correr para aprovar a vacina.
Esta semana, o presidente afirmou que não vai comprar a vacina CoronaVac. Bolsonaro se irritou após Pazuello ter anunciado na terça-feira que seria publicada uma medida provisória para garantir R$ 1,9 bilhão para a compra da vacina chinesa. O presidente, que defende o uso da cloroquina e outros remédios sem eficácia comprovada contra a covid-19, afirmou que não permitirá que brasileiros sejam "cobaias" de testes chineses. A decisão dele repercutiu mal dentro e fora do país. Governadores discutem a possibilidade de questionar na Justiça a ação do presidente, que também é contrário à obrigatoriedade da vacinação.
Este é mais um dos episódios de conflito entre Bolsonaro e o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), pré-candidato à Presidência em 2022. Na manhã desta quinta-feira, o presidente atacou o tucano, chamando-o de “nanico projeto de ditador” e “irresponsável”. O protagonismo que Doria assumiria com a vacina desenvolvida pelo governo de São Paulo é vista, nos bastidores, como um dos motivos para a irritação de Bolsonaro.
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