Reino Unido estuda medidas para evitar que mutação do coronavírus da Amazônia chegue ao seu território

Portal Plantão Brasil
13/1/2021 14:56

Reino Unido estuda medidas para evitar que mutação do coronavírus da Amazônia chegue ao seu território

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1228 visitas - Fonte: UOL

O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, disse hoje que o governo está buscando maneiras de impedir que uma variante do novo coronavírus encontrada no Brasil, mais especificamente no Amazonas, entre no Reino Unido.







"Estamos preocupados com a nova variante brasileira e estamos tomando providências (para proteger o país) em relação à variante brasileira. Acho que é justo dizer que ainda temos muitas dúvidas sobre essa variante ", disse ele a um comitê parlamentar.



Johnson não especificou quais medidas serão tomadas, mas sua declaração externa a preocupação com o impacto que uma nova linhagem do coronavírus possa ter no país. Atualmente, o Reino Unido enfrenta uma segunda onda de covid-19, com aumento de casos e mortes ligados a uma outra variante.







Ontem, o UOL noticiou que pesquisas em andamento na Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz) Amazônia apontaram que a nova variante do novo coronavírus encontrada em pacientes japoneses tem origem no estado do Amazonas. As mutações achadas no vírus, até então inéditas, criaram o que será uma provável nova linhagem brasileira.



Segundo os cientistas, ainda é cedo para ter certeza, mas as mutações achadas podem significar que essa nova linhagem tem maior poder de transmissão, visto que duas importantes mutações foram descritas simultaneamente na proteína Spike — que faz a ligação do vírus às células e está é relacionada a capacidade de transmissão do SARS-CoV-2 (como é conhecido o novo coronavírus).



Os dados apontam que a linhagem B.1.1.28, que está presente em todo o país e que é a mais frequente no Amazonas, sofreu uma série de mudanças.







Notificação do Japão



O Ministério da Saúde do Japão notificou o Brasil no último fim de semana sobre uma nova variante do coronavírus detectada em quatro pessoas provenientes do estado do Amazonas. Eles chegaram a Tóquio pelo aeroporto Haneda, no dia 2 de janeiro, e tiveram teste positivo durante a quarentena imposta a viajantes.



Dos quatro viajantes, um homem na faixa dos 40 anos de idade apresentou problemas respiratórios, uma mulher de cerca de 30 anos relatou dor de cabeça e garganta e um adolescente teve febre. Segundo o governo do Japão, a outra infectada, uma adolescente, não apresentou sintomas.



Em nota, o Ministério da Saúde do Brasil disse que foi notificado pelas autoridades japonesas sobre uma variante com 12 mutações encontradas em passageiros que passaram uma temporada no Amazonas. Uma das mutações, segundo o ministério, é a mesma encontrada em variantes já identificadas no Reino Unido e na África do Sul, que tem maior potencial de transmissão.







Entenda as mutações



O pesquisador Felipe Naveca, da Fiocruz Amazonas, conta que a linhagem B.1.1.28 é a mais presente no estado (está em 47% das amostras colhidas entre abril e novembro) e uma das que mais circulam no Brasil. Entretanto, as amostras colhidas no Japão e pelo laboratório privado mostraram mutações significativas.



"Esses vírus são o B.1.1.28 com mutações na proteína Spike, e duas delas são importantíssimas. Mutações similares já foram associadas com a maior transmissão do SARS-CoV-2. É um vírus que passou por um processo evolutivo, que nos faz pensar em, talvez, uma nova variante brasileira", explica.



O pesquisador ainda diz que as mudanças criaram uma variante diferente, mas que têm semelhanças com aquelas achadas na Inglaterra e África do Sul.







As análises mostraram que essa mutação separadamente já trazia vantagem para o vírus [se transmitir mais]. Essas mutações preocupam bastante, e precisamos de mais tempo e análises para saber realmente se ele está associado a esse maior poder de transmissão."

Felipe Naveca, pesquisador



Em um texto publicado ontem por pesquisadores da área de sequenciamento em um fórum internacional de debates científicos de virologistas, eles concluíram que as amostras colhidas "sugerem que essas sequências poderiam ser representantes de uma nova (não relatada) variante emergente", diz.







"O surgimento de novas variantes do SARS-CoV-2 abrigando mutações na proteína Spike, que podem impactar a aptidão viral e a transmissibilidade tem sido um problema de grande preocupação, particularmente após a recente identificação de duas cepas emergentes independentes no Reino Unido e na África do Sul com número anormal de mutações na proteína Spike que podem ter significado funcional", diz ainda o texto.



Ainda segundo Felipe Naveca, a Fiocruz Amazônia está em fase final de sequenciamento de amostras colhidas de pacientes no Amazonas no mês de dezembro.







A classificação e nomeação de uma nova linhagem não é feita no Brasil. "A decisão se as mutações vão ser classificadas em uma nova linhagem, após mais estudos, passa por uma curadoria internacional", explica.



É importante explicar às pessoas que mutações ocorrem de forma natural nos vírus, e algumas poucas dão mais vantagens a ele. É uma evolução natural do vírus. A gente sempre alertava que, quanto mais um vírus infecta as pessoas, mais vai evoluir. Mas isso não quer dizer que cause doença mais grave, talvez que ele seja melhor transmitido."

Felipe Naveca, pesquisador



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