Ministério da Saúde pagou passagens aéreas de pelo menos 11 médicos para disseminarem a cloroquina em Manaus

Portal Plantão Brasil
27/1/2021 10:42

Ministério da Saúde pagou passagens aéreas de pelo menos 11 médicos para disseminarem a cloroquina em Manaus

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5129 visitas - Fonte: Folha de São Paulo

O Ministério da Saúde gastou em média R$ 4.200 com passagens aéreas e diárias de cada um dos médicos que enviou a Manaus para fazer rondas em UBSs e incentivar os profissionais de saúde a utilizar remédios sem eficácia comprovada contra a Covid-19, como cloroquina.







Segundo valores disponibilizados no Painel de Viagens, do Ministério da Economia, os bilhetes de avião custaram entre R$ 2.783 e R$ 4.535, e cada um dos médicos recebeu diária de R$ 655, valor que é pago pelo governo federal para gastos com hospedagem e alimentação, por exemplo.



A anestesiologista Luciana Cruz, de São Paulo, disse ao Painel em reportagem publicada em 15 de janeiro que o grupo não havia recebido nada a não ser as estadias e o valor de alimentação, provavelmente se referindo aos R$ 655. À época, pediu que a reportagem entrasse em contato com o Ministério da Saúde para saber quem havia arcado com as passagens aéreas.







Luciana ainda disse que os médicos brincavam que estavam pagando para estar lá, pois deixaram seus consultórios para participarem da força-tarefa.



Montada por Mayra Pinheiro, secretária colocada por Eduardo Pazuello para comandar as ações da pasta em Manaus, a força-tarefa agiu no dia 11 de janeiro, um dia após o governador Wilson Lima (PSC) pedir socorro ao governo federal e a outros estados devido à falta de oxigênio no estado.



Ofício enviado pelo Ministério da Saúde à Prefeitura de Manaus pedia permissão à prefeitura para que esses profissionais fizessem essa ronda pelas UBSs para que fosse “difundido e adotado o tratamento precoce como forma de diminuir o número de internamentos e óbitos decorrentes da doença".







O Painel obteve vídeo de uma dessas visitas (veja abaixo). Nele, a médica dermatologista Helen Brandão, de Goiás, exalta o exemplo de Porto Feliz (SP), onde o prefeito, Dr. Cássio (PTB), optou por adotar o uso de hidroxicloroquina e ivermectina.



A cidade desde então virou objeto da produção de fake news diversas, como as que dizem que 100% da população tomou hidroxicloroquina e que nenhuma pessoa morreu de Covid-19 na cidade depois de tomar a medicação.







Em texto enviado por WhatsApp recentemente, Mayra Pinheiro queixou-se de “recursos escassos” na secretaria que comanda. A coluna perguntou ao ministério se os gastos com a ação de disseminação da cloroquina eram prioridade nesse momento e durante a crise em Manaus, mas não teve resposta.



O Painel revelou em 15 de janeiro que o ministério tinha montado e financiado a chamada “Missão Manaus”, que contou com pelo menos 11 médicos de seis estados.







As medidas pró-medicamentos sem eficácia no Amazonas são um dos pontos da investigação autorizada pelo Supremo contra o ministro.



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