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O governo federal vai dar um "banho de loja" na TV Brasil, canal público que dá praticamente traço de ibope desde sua fundação e o qual o presidente Jair Bolsonaro prometeu "fechar" durante a campanha eleitoral de 2018 —por ser um "cabide de empregos" (petista).
A TV foi lançada em 2007 pelo governo Lula, mas começou a ser criada cerca de um ano antes.
A coluna apurou que o plano de renovação da imagem da TV Brasil deve custar no mínimo R$ 10 milhões aos cofres públicos.
Esse valor deve cobrir reforma gráfica e visual, troca total de cenários e criação de novos programas, além de novos telejornais regionais.
Além desse gasto, a estimativa é que a emissora -passe a custar no mínimo R$ 10 milhões anuais a mais do que hoje, com a nova programação.
Meio bilhão em gasto
Hoje a TV Brasil consome cerca de 75% do orçamento de R$ 550 milhões da EBC (Empresa Brasil de Comunicação).
Desse total, quase R$ 400 milhões são só em salários.
Semanas atrás o ministro das Comunicações, Fábio Faria, em bate-boca com jornalistas no Twitter, afirmou que a emissora dá "R$ 550 milhões de prejuízo por ano".
Ele fez essa afirmação depois de ser provocado e desafiado (pelos jornalistas) a parar de bajular o governo e cumprir a promessa eleitoral de Bolsonaro e fechar ou vender a emissora.
Segundo Faria, ninguém teria interesse em um canal que só dá prejuízo.
A "nova" cara
A "nova programação" inclui a criação de novos telejornais locais no DF, Rio e São Paulo, além de novas "atrações" em rede.
Procurada pela coluna, a EBC confirmou uma "nova programação" mas não falou em valores.
"A TV Brasil prepara uma nova programação para 2021. Em breve, a emissora anuncia as estreias e as novidades da sua grade para a imprensa", respondeu em comunicado.
Fiasco desde o nascimento
Desde que foi lançada 14 anos atrás a TV Brasil nunca conseguiu registrar nem sequer um ponto de ibope.
A maior parte de sua programação é montada sobre produtos adquiridos de terceiros, como desenhos e documentários.
Seu jornalismo é e sempre foi submisso aos governos federais. Com Bolsonaro não é diferente.
Quando o ministro Sergio Moro pediu demissão, por exemplo, ela foi um das únicas emissoras a não cobrir o fato ao vivo (assim como o SBT, vale lembrar).
Enquanto outras TVs exibiam a fala do então já ex-ministro, a TV Brasil passava o desenho "Show da Luna".
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