Moraes exige provas de Alzheimer de Heleno em 2018 e expõe contradições da defesa

Portal Plantão Brasil
1/12/2025 11:10

Moraes exige provas de Alzheimer de Heleno em 2018 e expõe contradições da defesa

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Em um movimento que levanta sérias suspeitas, a defesa do General Augusto Heleno, ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) no desgoverno Bolsonaro, informou ao Supremo Tribunal Federal (STF) que o diagnóstico de Alzheimer de seu cliente só foi confirmado no início de 2025. Essa nova versão contradiz o laudo do próprio Exército, que durante o exame de corpo de delito, apontou a doença como existente desde 2018, expondo uma gritante divergência justamente no momento em que Heleno, condenado a 21 anos de prisão por sua participação no plano golpista de 2022, tenta obter a prisão domiciliar humanitária.
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A manifestação da defesa foi protocolada após o Ministro Alexandre de Moraes exigir documentos comprobatórios que atestassem a doença antes de decidir sobre a transferência do militar para casa, um pleito que, de forma surpreendente, teve o posicionamento favorável da Procuradoria-Geral da República (PGR). O general de 78 anos, que começou a cumprir sua merecida pena na última terça-feira (25) em uma instalação do Comando Militar do Planalto, busca usar o argumento da "idade avançada" e do quadro de Alzheimer como justificativas para não responder por seus crimes na cadeia.

O advogado Matheus Milanez tentou se desvencilhar do laudo militar, afirmando que a informação de que Heleno teria a doença desde 2018 aparece unicamente no documento do Exército, atribuindo a discrepância a um “equívoco por parte do perito”. Segundo a defesa, o que existe desde 2018 é um acompanhamento médico, mas o diagnóstico só teria sido fechado em janeiro de 2025, alegando ainda que o general "não tem condições de explanar sobre marcos temporais" – uma tentativa clara de desqualificar o depoimento do réu golpista.

Alexandre de Moraes não se intimidou com o novo artifício e determinou um prazo de cinco dias para que a defesa apresente o suposto exame inicial de 2018, além de todos os relatórios médicos, prontuários, prescrições e nomes dos profissionais que acompanharam o general ao longo de todo o período. O ministro busca esclarecer a nebulosa cronologia e as reais condições de saúde de Heleno, que foi peça central na arquitetura do golpe contra a democracia brasileira, ao mesmo tempo em que a defesa tenta convencer a Justiça de sua debilidade mental.

A defesa se apressou em responder, insistindo que não há exames específicos de Alzheimer entre 2018 e 2023, pois "os exames específicos foram realizados em 2024 e o diagnóstico foi fechado somente em janeiro de 2025”. Em uma tentativa de justificar a omissão, o advogado rebateu o questionamento de Moraes sobre a falta de comunicação do diagnóstico ao governo enquanto Heleno estava no GSI, afirmando que o réu “não estava diagnosticado com a doença nos anos de 2019 a 2022, de modo que não tinha o que informar”.

Para justificar por que o estado de saúde não foi mencionado durante a ação penal, o advogado alegou que havia uma “expectativa de uma justa absolvição” e que o quadro clínico não seria “relevante para o exame dos fatos anteriores à sua manifestação”. Em um arroubo de sinceridade, a defesa admitiu que o estado de saúde influenciou o interrogatório do general no STF, afirmando que Heleno "já não tinha segurança quanto a fatos e cronologias” – um reconhecimento que levanta dúvidas sobre a capacidade dele de responder por seus atos e que a Justiça precisa investigar a fundo para evitar que a doença vire mais um subterfúgio para a impunidade.

Com informações do DCM

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