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O governador bolsonarista Cláudio Castro (PL) está sob a mira da Polícia Federal (PF) por um despacho considerado a primeira prova de seus laços com o Comando Vermelho (CV) dentro do Palácio Guanabara. A investigação apura a tentativa de proteger um aliado político flagrado em articulações com a cúpula da facção criminosa, que domina milhões de votos no estado.
O ato suspeito, assinado por Castro de última hora, forçou uma edição extraordinária do Diário Oficial do Estado em 3 de setembro, exatamente no dia em que o ex-deputado TH Joias (Thiego Raimundo dos Santos Silva) havia sido detido pela PF por suspeita de lavagem de dinheiro, compra de armas, drones e ligações pessoais e diretas com chefes do Comando Vermelho. A manobra revela o desespero do núcleo do poder fluminense.
Para blindar o Legislativo e o próprio Executivo do escândalo, Castro exonerou o então secretário de Esporte e Lazer, Rafael Picciani (MDB), forçando seu retorno à Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj). TH Joias, que era segundo suplente, perdeu automaticamente sua cadeira com a volta de Picciani. O objetivo era claro: desvincular o parlamento do deputado preso, evitando a votação obrigatória sobre a manutenção ou relaxamento de sua detenção.
Fontes ligadas à investigação e o próprio ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), veem a ação como uma "célere manobra regimental" e um "controle de danos". A exposição da Alerj era inevitável, mas o pior risco era o rompimento com o braço político do CV dentro do Legislativo, o que, para os bolsonaristas no poder, seria desastroso por destruir a ponte com a liderança do tráfico.
O verdadeiro e inaceitável objetivo da articulação, segundo o STF, é mais fundo: obter a manutenção do vínculo desses agentes políticos com o Comando Vermelho. A facção criminosa, que detém o maior controle territorial do Rio de Janeiro, é a chave para milhões de votos no pleito de 2026. A estratégia descarada, portanto, foi sacrificar o cargo de um aliado para preservar a aliança com o tráfico em troca de apoio eleitoral.
Diante da gravidade, Moraes determinou que o governo Castro forneça imediatamente todos os logs de acesso e dados dos sistemas online que tramitaram a exoneração de Picciani e o pedido da edição extraordinária. A ordem visa expor em detalhes a ação obstrutiva de Castro e seus cúmplices, que agiram em "articulação relâmpago" para proteger o esquema criminoso.
Com informações do UOL
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