5/12/2025 16:26

Acolumbre cede em meio a críticas de Lula ao Congresso e pede reunião com o presidente

68 visitas - Fonte: Plantão Brasil

O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), usou um evento no Amapá nesta sexta-feira (5) para enviar uma mensagem de agradecimento ao presidente Lula (PT), marcando uma aparente trégua após meses de relacionamento conturbado. O senador pediu ao ministro da Saúde, Alexandre Padilha, que levasse seus agradecimentos, tanto pessoais quanto institucionais, a Lula pelo "apoio constante" ao estado do Amapá.

A manifestação positiva ocorre em um período de forte atrito. A principal divergência entre os dois líderes surgiu quando Lula optou por indicar o ministro da AGU, Jorge Messias, para uma vaga no Supremo Tribunal Federal (STF). Alcolumbre defendia a indicação de seu aliado, o senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG), e trabalhou nos bastidores para tentar derrotar o nome de Messias, o que levou o presidente a adiar a sabatina para o ano seguinte.

Apesar do confronto aberto pela vaga no STF, Alcolumbre destacou o foco do governo no desenvolvimento regional. "A sua presença aqui é a presença do governo federal, do estado brasileiro, que nunca faltou ao povo do Amapá", disse o senador, enfatizando o apoio de Lula à Região Norte e Nordeste, áreas que ele considera socialmente negligenciadas.

A tentativa de trégua de Alcolumbre vem logo após uma nova onda de mal-estar na quinta-feira (4), quando Lula criticou duramente o Congresso. O presidente acusou o Legislativo de "sequestrar 50% do Orçamento da União" através das emendas parlamentares, o que ele classificou como um "grave erro histórico". Essa declaração gerou desconforto imediato entre senadores e deputados da base aliada.

As emendas impositivas e o papel do Congresso na execução orçamentária continuam sendo o principal ponto de atrito entre os Poderes no governo Lula. O STF também tem atuado na área, exigindo mais transparência, e o ministro Flávio Dino chegou a bloquear a execução dessas emendas, em um movimento visto como uma tentativa do Planalto de enfraquecer o Legislativo. No entanto, a aprovação consensual da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) na quinta-feira sinalizou uma tentativa de reconciliação.

O relacionamento entre o governo e Alcolumbre, que já foi um dos principais aliados de Lula no Congresso, segue desafiador, especialmente por causa da indicação de Messias. O presidente, no entanto, expressou o desejo de se reunir pessoalmente com o presidente do Senado para restabelecer o bom diálogo e resolver as pendências.

Com informações do DCM

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