5/12/2025 17:57

Mercado rejeita Flávio e sinaliza risco com fuga para o dólar e juros mais altos.

852 visitas - Fonte: PlantãoBrasil

A confirmação de que o ex-presidente Jair Bolsonaro escolheu o senador Flávio Bolsonaro como candidato à Presidência em 2026 desencadeou uma reação negativa imediata nos mercados financeiros nesta quinta-feira. A informação, inicialmente divulgada pelo Metrópoles e confirmada pelo próprio Flávio e pelo presidente do PL, Valdemar Costa Neto, foi interpretada pelos investidores como o sepultamento da candidatura do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, considerado o favorito do setor. A percepção de que Flávio representa um projeto político mais errático e com menor capacidade de construir alianças amplas para derrotar o presidente Lula fez as taxas de juros futuros (DIs) disparar mais de 50 pontos-base, sinalizando um aumento no prêmio de risco atribuído ao Brasil.

O mercado de renda fixa reagiu com força, levando a taxa do DI para janeiro de 2028 a uma alta intradia de 55 pontos-base, atingindo 13,275%. Para analistas, a movimentação reflete uma avaliação de que Flávio Bolsonaro é um candidato mais fraco eleitoralmente e cujo possível governo não agrada aos investidores na mesma medida que a hipótese Tarcísio, vista como mais capaz de articular um amplo espectro político. "A saída de Tarcísio da disputa traz um papel em branco para a direita. E é muito claro que Tarcísio só vai ser candidato com a benção de Bolsonaro", comentou Laís Costa, da Empiricus Research, em análise citada pela Reuters. Apesar do susto, a curva de juros ainda precificava uma alta probabilidade de corte da Selic pelo Banco Central em janeiro, a menos que haja uma reação mais exacerbada do câmbio.

O episódio expõe a sensibilidade do mercado à geografia política da sucessão presidencial e sua clara preferência por nomes percebidos como mais centralizados e menos voláteis. A escolha de um herdeiro político direto de Bolsonaro, que está preso e inelegível, em detrimento de um governador com perfil mais técnico e de gestão, é lida como um movimento que fragiliza as chances de vitória da oposição e introduz novos elementos de instabilidade. A reação dos DIs serve como um termômetro imediato do desconforto do setor financeiro com um cenário eleitoral que, na visão dos agentes, se tornou mais imprevisível e menos favorável a uma alternância de poder que seja considerada "amigável ao mercado".

Com informações da Reuters

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