8/12/2025 11:50

PF prende PMs do BOPE suspeitos de vazar operações ao Comando Vermelho

533 visitas - Fonte: Plantão Brasil

A Polícia Federal (PF) deflagrou nesta segunda-feira (8) a Operação Tredo e prendeu dois policiais militares do Rio de Janeiro sob a grave suspeita de vazarem informações sobre operações policiais diretamente para a cúpula do Comando Vermelho (CV). O termo que nomeia a operação, "Tredo", significa traidor, aquele que quebra a confiança com falsidade e deslealdade.

Um dos presos é o 2º sargento Rodolfo Henrique da Rosa, integrante do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope). Da Rosa é apontado como informante de Carlos da Costa Neves, o Gardenal, gerente-geral do tráfico no Complexo da Penha e responsável pela expansão do CV em Jacarepaguá. O sargento tinha acesso privilegiado e era o responsável pela escalação das equipes do Bope nas operações. O outro militar detido é Luciano da Costa Ramos Junior. A PF cumpre um total de 11 mandados de prisão e seis de busca e apreensão expedidos pela 3ª Vara Especializada em Organização Criminosa do Rio de Janeiro. Entre os procurados, estão o próprio Gardenal e Edgar Alves de Andrade, o Doca, principal liderança do CV em liberdade.

A prisão do sargento Rodolfo Henrique da Rosa ocorreu em meio a uma tentativa de fuga e perseguição cinematográfica. Ao perceber a movimentação de três policiais federais em viatura descaracterizada em seu condomínio em Mesquita, o militar tentou fugir, colidindo seu carro com o dos agentes. A perseguição só terminou na Avenida Brasil, na altura de Parada de Lucas, Zona Norte do Rio, onde foi finalmente preso. Na casa do PM Luciano da Costa Ramos Junior, na Ilha do Governador, foram apreendidos três celulares.

As investigações da PF duraram um ano e foram iniciadas a partir do compartilhamento de informações obtidas na Operação Buzz Bomb, de setembro de 2024, que apurava a atuação de um militar da Marinha no fornecimento e treinamento de integrantes do CV para uso de drones. As informações obtidas a partir dessa primeira fase levaram à identificação dos PMs que, segundo a PF, repassavam dados sigilosos aos líderes da facção criminosa.

A atuação dos policiais infiéis tinha como objetivo "frustrar a atuação dos órgãos de segurança nessas áreas", permitindo que os criminosos se organizassem previamente contra as ações legítimas das forças policiais.

Os investigados deverão responder por crimes gravíssimos, incluindo integrar organização criminosa armada, corrupção passiva e ativa, tráfico de drogas, homicídio, porte ilegal de arma e violação de sigilo funcional. A ação da PF contou com apoio da Corregedoria da PM e do próprio Bope.

Com informações do G1

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