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O governo federal decidiu assumir a liderança na disputa pela nova organização do trabalho e está finalizando um relatório alternativo que enterra de vez a escala exaustiva 6x1. Segundo informações, a proposta construída no Palácio do Planalto estabelece a jornada 5x2 com limite de 40 horas semanais, uma resposta direta à rejeição generalizada ao parecer considerado fraco que tramitava na Câmara dos Deputados. O ministro da Secretaria-Geral, Guilherme Boulos, foi designado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva para apresentar pessoalmente o novo texto aos parlamentares, em uma manobra que busca realinhar a pauta trabalhista à agenda progressista que o governo pretende destacar em 2026.
A proposta do Planalto é categórica na eliminação do 6x1. O modelo prevê jornada diária de oito horas e estabelece uma fase de transição: 42 horas semanais a partir de 2027, chegando ao limite definitivo de 40 horas em 2028. O documento também veda qualquer possibilidade de redução salarial, impede acordos individuais que flexibilizem direitos e amplia o descanso semanal para dois dias consecutivos, garantindo ao menos um domingo livre a cada três semanas. Há ainda previsão de ajustes nas regras dos comerciários para adequar a categoria ao novo padrão.
A ação do governo é uma reação ao relatório do deputado Gastão, que foi alvo de críticas por não extinguir o 6x1 e propor apenas uma redução gradual da carga semanal: 42 horas no primeiro ano, 41 no segundo e 40 no terceiro. O texto do relator sugeria ainda desoneração da folha para setores com alto volume de mão de obra, medida vista como uma concessão desnecessária ao empresariado. Ao apresentar seu próprio projeto, o governo Lula retoma a ofensiva por uma reforma trabalhista que restitua direitos, marcando posição contra a herança de precarização do governo anterior e reafirmando seu compromisso com a classe trabalhadora.
Com informações do jornal O Globo
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