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Michelle Bolsonaro recuou de suas atividades políticas após enfrentar o próprio marido, seus enteados, o Partido Liberal (PL) e caciques do Centrão. A ex-primeira-dama ultrapassou os limites impostos pelos integrantes masculinos do fascismo e, segundo sua assessoria, teve sua imunidade "atingida" pelas pressões políticas e familiares.
Em nota divulgada pelo PL Mulher, a justificativa para o afastamento temporário é a saúde: "A presidente Michelle vinha lidando com algumas alterações em sua saúde e, nos últimos meses, especialmente em consequência das tensões envolvendo a prisão de seu marido e das constantes injustiças feitas contra ela e sua família, sua imunidade foi afetada e essas alterações foram agravadas, tornando necessário seu afastamento temporário das atividades no partido”.
O desgaste de Michelle ocorreu em diversos fronts. Ela não foi informada previamente sobre a escolha de Flávio Bolsonaro como candidato do bolsonarismo à Presidência e passou a ser ignorada pelo Centrão após questionar a aliança do PL com o ex-governador Ciro Gomes no Ceará, afrontando diretamente o núcleo duro da família e do partido.
A situação é drástica. Michelle se aquietou em casa, inclusive cancelando a visita que faria ao marido, e comunicou que não participaria do Encontro Nacional do PL Mulher, no Rio, do qual seria a atração principal. Sem sua presença, o evento perdeu relevância e foi adiado para abril de 2026.
Até lá, a cena política da extrema-direita estará em ebulição, com velhos caciques questionando a pretensão da ex-primeira-dama de se firmar como liderança nacional e possível candidata à Presidência. A pregadora religiosa, que atribui todos os fatos a Deus, estava levando a sério a possibilidade de receber a "unção" do marido para enfrentar o presidente Lula.
Líderes de PP, União Brasil, PL e Republicanos, que formam a maior base de sustentação do bolsonarismo com estrutura de extrema-direita, conseguiram seu objetivo: Michelle saiu de cena. Enquanto o "chefão" está preso, um filho fugiu, o outro é candidato com alta rejeição, e Michelle, que sempre defendeu a submissão saudável da mulher ao chefe de família, foi escanteada pelos enteados e pelos caciques (Valdemar Costa Neto, Gilberto Kassab e Ciro Nogueira), retornando ao papel de dona de casa.
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