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Donald Trump, presidente dos Estados Unidos e figura central da ultradireita global, voltou a destilar xenofobia e racismo em um comício na Pensilvânia na última terça-feira (10). Defendendo a suspensão da imigração de nações mais pobres, o líder republicano ressuscitou a infame declaração de 2018, na qual classificou certos países como “países de merda”, um comentário que gerou repúdio internacional na época.
Em seu discurso, Trump afirmou que anunciaria uma "pausa permanente na migração de países do Terceiro Mundo, incluindo buracos do inferno como Afeganistão, Haiti, Somália e muitos outros". Em um momento de satisfação chocante, o presidente sorriu ao se referir ao encontro de 2018 com senadores, quando proferiu a polêmica afirmação pela primeira vez, questionando a plateia se eles se lembravam daquelas palavras.
A escalada da retórica de ódio continuou quando Trump questionou publicamente a razão pela qual os Estados Unidos acolhem imigrantes da Somália e de outros “lugares que são um desastre”, e tão poucos de nações europeias. Ele descreveu de forma abjeta os povos dessas nações, chamando-os de “imundos, sujos, nojentos, infestados de crime”, e ainda afirmou que “a única coisa que eles sabem fazer é atacar navios”.
O alvo de seu ódio não se limitou a grupos genéricos. Trump dedicou parte de seu tempo para atacar a congressista democrata Ilhan Omar, uma refugiada da guerra civil na Somália que imigrou para os EUA aos 12 anos. O presidente usou um tom depreciativo para se referir ao seu hijab, chamando-o de "turbantezinho", e incitou a multidão a gritar o lema xenófobo “mande-a de volta”. Ele a ironizou, dizendo que "ela chega, não faz nada a não ser reclamar".
Em uma resposta rápida no X (antigo Twitter), Omar criticou o líder de extrema-direita: "A obsessão do Trump comigo é estranha. Ele precisa de ajuda séria... Como não tem políticas econômicas para divulgar, está recorrendo a mentiras preconceituosas. Ele continua sendo uma vergonha nacional". Trump, cujos ataques a minorias e imigrantes são recorrentes, utiliza essa retórica agressiva e divisiva como principal ferramenta política para mobilizar e radicalizar sua base eleitoral.
Esse discurso xenofóbico não é apenas uma encenação política, mas se reflete diretamente nas políticas de imigração de sua administração, que buscam sistematicamente restringir a entrada de refugiados e imigrantes de nações categorizadas, de forma pejorativa e preconceituosa, como "de risco". No último mês, o presidente intensificou os ataques aos somalis, especialmente em Minnesota, estado com uma população imigrante em crescimento.
Assista ao vídeo:
“Por que só aceitamos pessoas de países de merda? Por que não podemos aceitar pessoas da Noruega, Suécia, Dinamarca? Mandem gente boa, por favor… Mas sempre aceitamos pessoas da Somália… de lugares sujos, nojentos e criminosos.” Donald Trump ao anunciar a paralisação da… pic.twitter.com/iuklz50Xdz
— Hoje no Mundo Militar (@hoje_no) December 10, 2025