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O inquérito que apura irregularidades na destinação de verbas públicas de emendas parlamentares, e que resultou na operação da Polícia Federal (PF) nesta sexta-feira (12), foi deflagrado com base em depoimentos de nada menos que seis parlamentares do Congresso Nacional. A ação mira a funcionária da Câmara Mariângela Fialek, conhecida como Tuca, que trabalha na liderança do Partido Progressistas (PP) e foi assessora do deputado e ex-presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL), que, convenientemente, não é alvo da operação.
A operação, autorizada pelo ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal (STF), cumpre dois mandados de busca e apreensão em Brasília. Os policiais fizeram buscas em salas utilizadas por Mariângela na Câmara e também na casa dela, apreendendo o celular de Tuca, considerada a principal operadora de emendas parlamentares na gestão Lira. Os crimes investigados são graves, incluindo peculato, falsidade ideológica, uso de documento falso e corrupção, com foco na liberação irregular de milhões de reais em emendas de comissão.
Entre os seis parlamentares que prestaram depoimento à Polícia Federal e que deram início à investigação, estão figuras de diferentes espectros políticos, o que atesta a transversalidade do esquema: os deputados Glauber Braga (PSOL-RJ), José Rocha (União Brasil-BA), Adriana Ventura (Novo-SP), Fernando Marangoni (União Brasil-SP) e Dr. Francisco (PT-PI), além do senador Cleitinho Azevedo (Republicanos-MG). A participação de membros da oposição e de parlamentares de partidos do Centrão na denúncia reforça a seriedade das acusações.
Um dos pontos mais escandalosos da operação é o local onde a PF realizou as buscas: uma sala que, nos registros da Casa, é destinada à Presidência da Câmara. O local passou a ser usado por Mariângela Fialek em 2022, durante o comando de Arthur Lira, e há relatos de que era nessa sala de poder máximo que ela despachava sobre as emendas, indicando a proximidade e o alto nível de influência da funcionária no esquema.
Mariângela Fialek, que atua no setor que organiza a indicação de emendas e ocupa um cargo de natureza especial com remuneração bruta de R$ 23,7 mil, não teve seu histórico de trabalho ligado ao PP e a Lira negado pela própria Câmara, apesar de a assessoria de Lira ter afirmado que ela não é sua assessora atualmente. A liderança do PP, por sua vez, limitou-se a dizer que está "averiguando todo ocorrido".
A operação do STF e da PF, no rastro dos depoimentos dos parlamentares, expõe mais uma vez as vísceras da corrupção institucionalizada no Congresso. O escândalo das emendas e a atuação de Tuca, uma funcionária que operava no coração da Presidência, reforçam a urgência da faxina ética no Legislativo e servem como prova de que a fiscalização e a punição aos corruptos deve ser implacável.
Com informações do G1
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