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A ministra da Secretaria de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, criticou com dureza o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, por tentar atribuir ao governo federal a responsabilidade pela crise no fornecimento de energia da Enel. Em publicação nas redes sociais nesta sexta-feira (12), a ministra afirmou que o problema é fruto direto da política de privatizações defendida por Tarcísio e por Jair Bolsonaro. “Não adianta falar agora em intervenção federal, porque Bolsonaro privatizou a Eletrobras, tirando da União a única empresa que poderia assumir a distribuição de energia em São Paulo”, escreveu Gleisi.
A declaração da ministra é uma resposta direta à defesa pública feita por Tarcísio, na quinta-feira (11), de uma intervenção do governo federal na concessionária. O governador, diante do apagão que ainda deixava quase 800 mil imóveis sem energia dois dias após uma ventania histórica, afirmou que a resposta da Enel foi “absolutamente insuficiente” e que “a intervenção funciona; o plano de contingência não”. Gleisi rebateu, argumentando que a população é a verdadeira refém do contrato com a empresa privada, que a culpa é do modelo defendido pela direita. “Tarcísio Freitas e seu ’chefe’ sempre defenderam a privatização de áreas estratégicas, como energia e saneamento”, destacou.
O governador havia justificado seu pedido lembrando que a competência pela distribuição de energia é federal, vinculada ao Ministério de Minas e Energia e à Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). Em nota, o ministério informou que iniciou uma força-tarefa com a Aneel para acelerar os reparos e solicitou o deslocamento de equipes de outras concessionárias para reforçar o atendimento em São Paulo, sem fazer menção a qualquer processo de intervenção na Enel. O episódio escancara o embate político em torno das concessões privadas e a estratégia do governo estadual de pressionar a União para assumir a solução de uma crise em um serviço essencial que foi privatizado.
Tarcísio Freitas e seu chefe Bolsonaro sempre defenderam a privatização de serviços essenciais, como energia e saneamento, mas agora o governador de São Paulo quer jogar a crise da Enel no colo do governo federal. Não é ele o “refém” do contrato da Enel, é a população que foi…
— Gleisi Hoffmann (@gleisi) December 12, 2025