2/2/2014 18:29

Lindbergh perde oxigênio na quadra decisiva no Rio

1336 visitas - Fonte: Brasil 247

Senador do PT se ressente de falta de declaração a seu favor da presidente Dilma Rousseff e do ex-presidente Lula; Lindbergh Farias não disparou nas pesquisas como previa; partido deixou tardiamente cargos no governo do Estado; comando partidário nacional ainda vê senador como um "leão de campanha", mas falta de sustenção na cúpula do governo federal custa caro a ele; pré-candidatura mal resolvida do PT alegra adversários; Anthony Garotinho, do PR, lidera, com Marcelo Crivela, do PRB, em seguida; atrás de Lindbergh, vice-governador Luiz Fernando Pezão, do PMDB, é o maior beneficiado da discrepância entre vontade do senador e os interesses petistas na reeleição de Dilma





Marco Damiani - 247 – O senador Lindbergh Farias quer, e muito, mas o interesse estratégio de seu partido parece ser outro. Apesar da amarração para o PT deixar os cargos que ocupa no governo do Rio de Janeiro e, simultaneamente, lançar a candidatura dele para a sucessão de Sergio Cabral, na prática a narrativa dessa história é outra.



Sem uma declaração enfática a seu favor da presidente Dilma Rousseff, e contando cada vez menos com o velho e bom apoio do ex-presidente Lula, Lindbergh está sustentado, apenas, num pedaço da máquina partidária para levar adiante seu sonho de chegar ao governo depois de ter sido, por duas vezes, em gestões no mínimo polêmicas, prefeito de Nova Iguaçu. Na cúpula nacional do PT, considera-se que ele é um "leão de campanha", na expressão transmitida por um capa preta do PT ao 247, mas as circunstâncias de um ano de reeleição também contam.



Ainda prevalece politicamente, em relação à posição de Dilma, o recado dado na foto tirada no Palácio do Planalto, em 2012, ao cabo da vitória de Eduardo Paes na eleição municipal do Rio, em primeiro turno. Dilma fez questão de receber não apenas Paes como Cabral e Pezão, posando com as mãos juntas as deles. Desde então, não se tem palavra da presidente contra Pezão e, muito menos, a favor de Lindbergh.



A presidente é admiradora do pacote de obras desatado nos últimos anos, no Rio, pela administração do PMDB. O coordenador desse grande canteiro sempre foi Pezão – é a ele que Dilma identifica obras populares como teleféricos sobre favelas e avanços no saneamento básico no interior fluminense. Há, ainda, uma questão política dela em relaçao ao senador petista, que foi do PSTU no início de sua carreira, após ter sido presidente carapintada da UNE. Lindbergh, para Dilma, foi um dos mais atuantes políticos do chamado 'volta, Lula', surdo movimento no PT pela substituição presidente pelo ex-presidente como candidato na eleição deste ano. E isso pesa.



Para os favoritos à disputa do governo do Rio os problemas de Lindbergh são, é claro, bem-vindos. Líder no Datafolha, o ex-governador Anthony Garotinho, cujo PR nunca deixou de ser simpático ao governo Dilma, pode, até mesmo, herdar alguns votos mais à centro-esquerda que poderia ser destinados ao senador petista. Pelo PRB, o também senador Marcelo Crivella, segundo colocado nos levantamentos de intenção de votos, trata-se de uma ameaça a menos – e a mais perigosa – vinda do retrovisor.



Mas o grande beneficiado pelas agrurar do senador do PT é mesmo Pezão, que, junto com o PMDB, manteve-se impassível na estratégia da própria candidatura, batendo de frente com o PT fluminense tantas vezes quantas o presidente da legenda no Rio, Jorge Picciani, achou necessárias. É essa linha polítia que está vencendo nesta etapa da eleição do Rio.

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