ONS: Represas do sudeste ficarão estacionadas até fim do mês

Portal Plantão Brasil
5/4/2014 14:15

ONS: Represas do sudeste ficarão estacionadas até fim do mês

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Operador Nacional do Sistema Elétrico reduziu a previsão de chuvas para abastecer represas de hidrelétricas do Sudeste e Centro-Oeste em abril, e considera agora que não haverá elevação dos reservatórios dessa região até o fim do período úmido; previsão eleva a necessidade de reduzir o consumo de energia do país, afirmam analistas; estimativa do nível das represas nessa região -- a principal para abastecimento de energia elétrica do país -- ao fim do mês é de 36,5%, praticamente idêntica ao patamar atual, que é de 36,47%



O Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) reduziu a previsão de chuvas para abastecer represas de hidrelétricas do Sudeste e Centro-Oeste em abril, e considera agora que não haverá elevação dos reservatórios dessa região até o fim do período úmido. A previsão eleva a necessidade de reduzir o consumo de energia do país, afirmam analistas.



A estimativa do nível das represas nessa região -- a principal para abastecimento de energia elétrica do país -- ao fim do mês é de 36,5 por cento, praticamente idêntica ao patamar atual, que é de 36,47 por cento.



Em 2001, o ano do racionamento de energia, o nível dos reservatórios do Sudeste/Centro-Oeste terminou abril a 32,18 por cento. Naquele ano, o racionamento foi iniciado em junho. A diferença em relação ao cenário atual é que agora há maior capacidade de geração e transmissão de energia no país, incluindo eletricidade de termelétricas. Porém, também houve elevação no consumo de energia de lá para cá.



A previsão de chuvas para abastecer reservatórios do Sudeste/Centro-Oeste em abril foi reduzida de 83 por cento, na semana passada, para 70 por cento da média histórica para a região, segundo a revisão do Programa Mensal de Operação (PMO) para abril.



O ONS revisa semanalmente as previsões de acordo com os níveis de chuva verificados e previsões de pluviosidade para as próximas semanas, considerando também o consumo de carga de energia realizado e previsto, entre outros fatores.



Analistas do setor têm elevado a cada semana o risco para déficit de energia no país durante o período seco, que vai de maio ao final de outubro, enquanto o nível dos reservatórios do Sudeste desde o final do ano passado caiu 6,71 pontos percentuais -- num período em que tradicionalmente deveria encher. A tendência é que até o final do período tradicionalmente marcado por chuvas fracas o nível das represas do Sudeste continuará a cair.



ECONOMIA DE ENERGIA



Para o coordenador do Grupo de Estudos do Setor de Energia Elétrica (Gesel) da Universidade Federal do Rio de Janeiro, Nivalde de Castro, o governo federal já deveria tomar medidas para reduzir o consumo de energia elétrica do país.



"Esses valores que estão se verificando no nível dos reservatórios são relativamente preocupantes", disse Castro, ressaltando que as previsões do ONS para o nível das represas são sempre revisadas para baixo.



Para Castro, em um primeiro momento, o governo poderia solicitar uma redução voluntária do consumo para a população, com benefícios, como o governo de São Paulo vem fazendo com a água.



"Nós avaliamos que a população ficaria muito sensível se isso viesse de um pronunciamento da Presidência da República, explicando a situação crítica", disse.



Se for necessário Castro acredita que um segundo passo seriam reduções seletivas da carga elétrica, levando em conta, por exemplo, diferentes regiões ou segmentos de consumo.



O diretor da consultoria Enecel Energia, Raimundo Batista Neto, considera que uma medida de contenção de consumo já deveria ter sido tomada, conforme outros especialistas do setor elétrico já vem defendendo.



"A preocupação é muito grande porque estamos seguindo para uma situação em que podemos caminhar para ter até cortes de carga", acrescentou.



Em outras regiões do país, o nível dos reservatórios também está baixo, com exceção do Norte, onde cheias históricas fizeram o rio Madeira transbordar, deixando milhares de desabrigados.



O nível das represas do Sul está a 44,79 por cento, com previsão de que caia a 39,9 por cento ao fim de abril. No Nordeste, o patamar está a 41,46 por cento, com expectativa que chegue a 43,5 por cento no final do mês. A exceção é no Norte, a 86,39 por cento e estimativa de que alcance 91,3 por cento de armazenamento de água.



BAIXA PROBABILIDADE



O Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE), que avalia as condições de segurança energética do país e fala pelo governo federal, manteve nesta semana a avaliação de que é baixa a probabilidade de dificuldades no fornecimento de energia elétrica no Brasil em 2014. Segundo o CMSE, essas dificuldades só ocorrerão se o país tiver uma série de chuvas pior do que as já registradas.



Em fevereiro, o diretor-geral do ONS, Hermes Chipp, disse que os reservatórios teriam que estar em cerca de 43 por cento ao final de abril para garantir o abastecimento de energia adequado do país durante o período seco.



Segundo o ONS, as médias de chuvas do primeiro trimestre no Sudeste/Centro-Oeste e Nordeste foram as terceiras piores do histórico de 82 anos. "Além disso, o subsistema Nordeste apresentou as piores médias do histórico para os meses de fevereiro e março de 2014", acrescentou o ONS no Sumário Executivo do PMO nesta sexta-feira.



PREÇO DE ENERGIA



Para a próxima semana, de 5 a 11 de abril, deverá ocorrer chuva fraca a moderada nas bacias hidrográficas da região Sul e chuva fraca nas bacias das regiões Sudeste e Centro-Oeste, segundo o ONS.



A previsão é de que 16.048 MW médios de térmicas estejam em funcionamento na próxima semana.



Já o preço de energia de curto prazo, dado pelo Preço de Liquidação de Diferenças (PLD), se manteve no topo de 822,83 reais por megawatt-hora (MWh) em praticamente todos os patamares de carga nas diversas regiões do país.



Assim, os preços médios foram fixados em 822,83 reais por MWh para os submercados Sudeste e Sul, 822,40 reais por MWh para o Nordeste e 755,37 reais por MWh para o Norte, informou a Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE).



(Com reportagem adicional de Leonardo Goy, em Brasília)



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