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O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, ressaltou nesta sexta-feira 9 que a inflação "ficou dentro do combinado" em 2014. De acordo com dados do IBGE, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que mede a inflação, subiu 0,78% em dezembro e encerrou o ano com alta acumulada de 6,41%, abaixo do teto da meta oficial do governo, que é de 4,5%, com margem de dois pontos para mais ou menos.
"Hoje saiu o número da inflação de 2014 e vemos que, apesar de todos os desafios, ela ficou dentro do combinado", disse o ministro, durante bate-papo com internautas no Facebook, pela página do Portal Brasil. Ele afirmou que "o mais importante" é que o Banco Central "está atento e vai continuar cuidando para que a inflação esteja no caminho de não só ficar abaixo do teto", até o final de 2015, "mas também para ela voltar para o objetivo de não passar de 4,5% em 2016". Ele acrescentou que, para "segurar a inflação é preciso que o governo não gaste demais. Se a gente fizer isso agora, vamos poder ter a inflação caindo no ano que vem".
Para Joaquim Levy, desemprego e crescimento têm que ser pensados a longo prazo. "Olhar o que esperar daqui alguns anos, e não apenas o que vai acontecer no mês que vem", escreveu. Ele sinalizou que o País "vai passar por um período que tem que acertar algumas coisas, para retomar o crescimento e mesmo o aumento do emprego". E disse esperar, para daqui quatro anos, "um Brasil mais competitivo, que vai conseguir ter uma presença maior no mundo, com empregos melhores".
O chefe da economia justificou como "evitar algumas distorções" as mudanças nas regras dos benefícios, como alguém "que começa a receber pensão de viúvo ou viúva aos 25 anos de idade, e vai continuar recebendo esse dinheiro do governo, talvez por mais de 50 anos, é muito importante", exemplificou. "Não faz sentido esse desperdício com o dinheiro do povo", disse o ministro. Outra medida para cortas gastos citada por ele é a limitação de empréstimos "com juros baratos". "O objetivo é limitar esse tipo de despesa para, com essa economia, ter dinheiro para pagar a Previdência Social e os benefícios certos, que o governo tem obrigação de pagar, e sempre em dia", afirmou.
Confira abaixo algumas de suas respostas:
Sr Ministro entre diversas incognitas que se faz presente não só na minha cabeça como na de muitos Brasileiros é a seguinte: a cerca de 3 anos a industria e o comercio vem sofrendo uma crise, por conta disso ano passado numeros alarmantes começaram a ser divulgados mostrando o aumento do desemprego em nosso país. O governo se justificava dizendo ser a falta de chuva que acredito eu que seja o menor dos problemas, mas mesmo que fosse só a chuva a causa mas se o governo quer tanto ser o maior atuante na economia eles deveriam saber que o economista faz o planejamento para que se venha a ter o menor custo e a menor utilização de recursos possiveis e garantir o abastecimento, então o governo falhou e trouxe o Sr para salvar situação e trazer de volta a credibilidade da nossa economia. O que devemos esperar da geração de emprego daqui a 4 anos? tenho 17 anos e pra mim é muito importante saber o que me aguarda la na frente?
#LevyResponde: Alô, Alessandro, tua pergunta é muito importante e ela tem algo que a gente tem mesmo que pensar, ou seja, olhar o que esperar daqui alguns anos, e não apenas o que vai acontecer no mês que vem. Pelo que você escreveu, você entende que a gente vai passar por um período que tem que acertar algumas coisas, para retomar o crescimento e mesmo o aumento do emprego. Então, o que esperar para daqui 4 anos, quando você talvez esteja completando a faculdade? Um Brasil mais competitivo, que vai conseguir ter uma presença maior no mundo, com empregos melhores. E como alcançar isso? Tem vários ingredientes. Começando com as contas do governo estarem arrumadas. Além disso, a gente tem que estimular a concorrência. A concorrência é importante porque quanto mais firmas estão disputando um mercado, você tem mais opções na hora de comprar e as firmas tem que ser mais eficientes, mais capazes. Aí, você vai poder comprar mais barato. Daí que toda a economia fica mais eficiente, mais competitiva e dá para, inclusive, conquistar mercados lá fora. Esse Brasil batalhador é o que a gente pode esperar para crescer e ter mais emprego de qualidade.
Ministro, a inflação vai cair? Ela está muito alta e parece que o governo não consegue fazer com que ela baixe. O que o governo vai fazer?
Letícia, hoje saiu o número da inflação de 2014 e vemos que, apesar de todos os desafios, ela ficou dentro do combinado. A inflação do IPCA em 2014 foi de 6,41%, abaixo do máximo de 6,5%, que é o teto. Agora, em janeiro, realmente a inflação deve ser um pouco mais alta do que em alguns meses do ano passado. Em parte, é porque, janeiro e fevereiro são meses em que, todo ano, tem mais reajustes, como de escola, iptu, ônibus, etc. Além disso, para a economia voltar a crescer, temos que fazer algumas arrumações e isso pode mexer em alguns preços. Os economistas chamam isso de mudança nos preços relativos e ela é importante para acomodar a economia em um novo caminho de crescimento. Mas o mais importante é que o Banco Central, que é o guardião do valor do teu dinheiro, está atento e vai continuar cuidando para que a inflação esteja no caminho de não só ficar abaixo do teto, como expliquei acima, até o final de 2015, mas também para ela voltar para o objetivo de não passar de 4,5% em 2016. Esse valor de 4,5% é a chamada META da inflação, que é muito importante para as pessoas terem confiança e a economia crescer. E, deixa eu dizer também que para a gente segurar a inflação é preciso que o governo não gaste demais. Se a gente fizer isso agora, vamos poder ter a inflação caindo no ano que vem.
Com as mudanças nas regras dos benefícios espera-se uma economia de 18 bilhões. Qual a meta de economia este ano e de onde o senhor pretende tirar os outros cortes?
Igor, o governo já tem tomado várias medidas para a gente gastar menos e reequilibrar a economia. Evitar algumas distorções, que acabam fazendo você pagar por despesas com alguém, por exemplo, que começa a receber pensão de viúvo ou viúva aos 25 anos de idade, e vai continuar recebendo esse dinheiro do governo, talvez por mais de 50 anos, é muito importante. Não faz sentido esse desperdício com o dinheiro do povo. Além disso, o governo diminuiu o volume de empréstimos com juros baratos para algumas empresas. Empréstimo barato também é pago pelo contribuinte e tem que ser dado só em situações muito especiais. O governo também mostrou, ontem, que está cortando nas suas próprias despesas. Aquelas despesas que se chamam de "custeio", que é para pagar principalmente a máquina do governo. Usando tuas palavras, o corte nessas despesas, que foi de 1/3, é essencial nesse momento. O objetivo é limitar esse tipo de despesa para, com essa economia, ter dinheiro para pagar a Previdência Social e os benefícios certos, que o governo tem obrigação de pagar, e sempre em dia.
Ministro, você se considera um chicago boy?
Marconi, tua pergunta é divertida, apesar de provavelmente a maior parte das pessoas não saberem o que isso quer dizer... Isso é uma história da década de 70, quando alguns economistas da Universidade de Chicago, que é uma das melhores do mundo, fizeram algumas reformas. Algumas dessas reformas deram muito certo, outras nem tanto. Agora, deixa eu dizer que, nem o pensamento dessa escola é tão único assim, nem tem algo de especial em algumas medidas darem mais certo ou não. E muita coisa mudou desde aquela época. Mas essa Universidade tinha um professor que dizia uma frase que ficou muito conhecida, e que a gente sabe que tem seu grão de verdade: "Ninguém come realmente de graça". A gente sabe que quando alguém passeia ou faz alguma coisa sem pagar, outra pessoa está pagando. Então, essa frase é importante para quem está no governo. Tudo que o governo "dá", é pago pelo contribuinte. Então, a gente tem que ter muito cuidado em como usa o dinheiro, para garantir que as as pessoas certas, às quais a lei dá o direito, serem as que receberão os benefícios que precisam. Enfim, boas ideias em economia vêm de vários lugares, e a gente tem que estar sempre atento para analisar e adotar as melhores.
Haverá aumento de impostos? Quais? Quando? Para quanto?
Opa, o tempo está acabando. Mas tenho que responder essa pergunta. Caiã, a gente provavelmente terá que pensar em rebalancear alguns impostos, até porque alguns foram reduzidos há algum tempo. E essa receita está fazendo falta. Mas, se houver alguma mudança, vai ser com cuidado e depois de a gente esgotar outras possibilidades. Estamos no caminho certo, e dessa vez a gente está tentando acertar as coisas bem antes de estar numa crise. Como diz um amigo meu, estamos podendo consertar o telhado em dia de sol.
Bom dia ministro, gostaria de saber o que o cidadão comum pode fazer para ajudar nesse momento de ajuste?
Reinaldo, cada cidadão ajuda o país trabalhando, fazendo tudo com o máximo de qualidade. Quando a gente atende ao cliente bem, estamos valorizando o nosso trabalho e melhorando a economia. Quando fazemos algo bem, melhoramos aquilo que os economistas chamam de produtividade. É como diz o ditado: "Só o trabalho pode criar riqueza". Além disso é muito importante que a gente fortaleça a conviccção de que o governo não pode gastar mais do que arrecada. Que se as despesas crescerem e a gente se endividar, ou ficar aumentando imposto, vai ser mais difícil a economia melhorar. Se você conversar isso com seu colega de trabalho, em alguma hora, também com seus amigos, isso vai ajudar a gente a fazer as mudanças juntos.
Ministro, meu pai se aposentou ano retrasado por invalidez, após décadas de trabalho duro, e recebe hoje o teto da aposentadoria. A minha pergunta é a seguinte: as medidas de contenção de gastos podem atingir aposentadorias como a ele? Desde já, boa sorte!
Pedro, é muito especial ter um pai que trabalhou a vida inteira. O meu pai também era assim, continuou atendendo no SUS até bem depois dos 70 anos, e tenho orgulho dele. E é muito justo e importante que as pessoas tenham esse seguro da aposentadoria de invalidez, se alguma doença acontece. Esse direito não vai ser mexido. O valor da aposentadoria continuará sendo corrigido pela inflação, de maneira que ela vai ficar protegida por todo o tempo que teu pai a receber. As medidas de contenção acontecerão em outras áreas, exatamente para que o trabalhador e a sua família tenham tranquilidade.
Sr Ministro, Gostaria de saber se minhas viagens internacionais vão ficar mais caras daqui para frente.
Gustavo, estamos em período de férias, né? Pelo menos para alguns... Bom, o preço de viagens internacionais depende do câmbio. O valor das moedas estrangeiras, o câmbio, tem flutuado bastante. O dólar está mais forte em relação à maioria das moedas, inclusive o Euro e moedas da Ásia. Então, o preço da viagem, inclusive em reais, depende para onde você vai. Boa viagem.
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