5121 visitas - Fonte: Jornal GGN
A Lava Jato em Curitiba parece estar reproduzindo no processo do sítio de sítio de Atibaia a mesma estratégia que empregou para condenar Lula no caso triplex. Os procuradores tentam provar que reformas foram feitas pela OAS e Odebrecht em um imóvel que não está no nome de Lula. Não há clareza quanto ao ato de ofício, ou seja, algo que o ex-presidente tenha feito pessoalmente para beneficiar as empresas em troca do "presente". Tampouco há prova cabal de que os recursos usados nas obras tenham qualquer conexão com contratos da Petrobras.
O juiz Sergio Moro continua com o mesmo comportamento: indeferindo questões dos advogados por considerá-las "impertinentes", embora sejam importantes para o exercício da defesa de Lula. Ao mesmo passo em que blinda testemunhas de acusação, faz pouco caso de quem fala a convite da defesa. Vide o episódio envolvendo o jornalista Fernando Morais.
Em seu canal no Youtube, o Nocaute, Morais contou detalhes do dia em que depôs a Moro e foi acusado pelo juiz de fazer "propaganda" de Lula em vez de jornalismo sério. Morais repudiou o ato do magistrado, mas não demonstrou surpresa com a postura de Moro, que além de ríspido, demonstrava pouco interesse em ouvir a testemunha - ele pediu para Morais encurtar as respostas, impediu que ele relatasse elogios internacionais a Lula e, segundo o jornalista, por vezes, mexia no celular enquanto a audiência rolava, evidenciando o descaso.
Quem também reproduz no caso do sítio o mesmo modus operandi desequilibrado empregado no julgamento do triplex da OAS é a grande mídia, com grande espaço para as teses que ajudam a acusação e quase nada para a defesa.
Quando há vídeos de testemunhas que tenham dito algo que não favorece a República de Curitiba, o Estadão faz a divulgação com títulos genéricos e economiza ao máximo no texto.
Se há algum elemento, por menor que seja, que possa ser usado contra Lula, o destaque é maior.
É o caso da reportagem desta terça (19), sobre o depoimento de Misael de Jesus Oliveira, encarregado da OAS Empreendimentos de acompanhar as obras no sítio de perto. O título dá a entender que Lula usava terceiros para cobrar velocidade nas obras. A maior parte da matéria foca nas perguntas feitas pela Procuradoria.
A defesa de Lula ganha os parágrafos finais da reportagem. Neles, indicam que fatos que tornam o caso do sítio tão questionável quanto o triplex.
A testemunha da OAS diz que pagou por materiais usados na reforma com dinheiro vivo e prestava contas à empresa. Não sabe dizer se e de que forma a OAS foi "ressarcida" por Lula. Não aponta conexão entre a obra e os contratos na Petrobras citados na peça de acusação. Tampouco diz o que o petista fez em benefício das empreiteiras.
Tudo isso aconteceu no caso triplex e Lula acabou condenado por Moro, mas não sem que dezenas de juristas tivessem analisado o teor contestável da sentença, principalmente no que diz respeito à falta de elo com Petrobras, ao uso exarcebado de delações e depoimentos direcionados pelos procuradores e à falta de elemento para fundamentar a pena por corrupção passiva.
É a Lava Jato de Curitiba tentando repetir o mesmo esquema tático na busca por um segundo gol contra Lula.
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