Crise climática é consenso entre grandes potências e deixa Bolsonaro isolado por seu negacionismo

Portal Plantão Brasil
22/4/2021 09:58

Crise climática é consenso entre grandes potências e deixa Bolsonaro isolado por seu negacionismo

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796 visitas - Fonte: O Globo

A ameaça das mudanças climáticas é um dos raros tópicos em que os EUA não entram em atrito com a China e a Rússia. Os países, adversários geopolíticos, mantêm um bom diálogo na área ambiental. Os líderes chinês, Xi Jinping, e russo, Vladimir Putin, participarão da Cúpula do Clima organizada pelo presidente Joe Biden, que começa nesta quinta de forma virtual devido à pandemia. Chineses, americanos e russos sabem que o tempo para o planeta se salvar está se reduzindo. Podem estar em conflito em uma série de outras questões, mas não quando o tema diz respeito ao meio ambiente.







No fim de semana, os EUA e a China divulgaram um comunicado conjunto dizendo que as duas nações “estão comprometidas a cooperar uma com a outra para enfrentar a crise climática, que precisa ser combatida com toda a seriedade e urgência que é demandada”. Um recado claro de união nesse tópico, apesar da rivalidade dos dois países na área econômica, geopolítica e de direitos humanos. Basta observar o tom conflituoso no recente encontro dos chefes da diplomacia chinesa e americana no Alasca. Os dois governos, porém, entendem que a questão ambiental deva ser tratada em conjunto porque diz respeito ao futuro do planeta. Ambos podem vencer ou perder juntos.



O mesmo vale para Putin, que participará do encontro apesar de ter sido chamado de assassino por Biden, além de seu governo ter sido alvo dias atrás de mais sanções americanas por ações cibernéticas e também interferência nas eleições presidenciais dos EUA. Quando o tema é o aquecimento global, no entanto, o tom muda. Seu porta-voz, Dmitry Peskov, afirmou que a cúpula do clima é “um evento multilateral, voltado para o clima e ecologia, que a Rússia considera importantes prioridades”.







Um consenso como esse entre as grandes potências é extremamente raro. Existiu nos tempos recentes no combate ao terrorismo jihadista da al-Qaeda e do Estado Islâmico e na necessidade de firmar um acordo no campo nuclear com o Irã. Nste último caso, nos anos de Donald Trump, houve um rompimento com a decisão do então presidente americano de se retirar do acordo com Teerã, batendo de frente não apenas com russos e chineses, mas também com aliados ocidentais como França, Reino Unido e Alemanha.



A união entre Washington, Pequim e Moscou, além da quase totalidade dos países europeus, africanos, asiáticos e latino-americanos, em torno da necessidade de redução das emissões de carbono demonstra a importância do tema. Após anos no qual houve um embate entre o consenso científico e o negacionismo, impulsionado por algumas figuras políticas como Trump, parece que chegamos a um ponto no qual não há mais discussão sobre o risco para todo o mundo. Biden sabe disso e terá o combate às mudanças climáticas como a sua prioridade nos quatro anos de governo, sendo inclusive a base de seu programa econômico de trilhões de dólares.







Diante deste cenário, Jair Bolsonaro participa extremamente isolado da cúpula. Com um histórico de negacionista, tenta adotar um tom mais ameno agora que não existe mais Trump no campo anticiência. Não será uma tarefa fácil. É como a Arábia Saudita tentar se mostrar livre em um evento sobre a defesa da liberdade de imprensa.



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