CPI vai devassar atuação do gabinete do ódio, com Fabio Wajngarten na mira dos oposicionistas do governo

Portal Plantão Brasil
10/5/2021 11:44

CPI vai devassar atuação do gabinete do ódio, com Fabio Wajngarten na mira dos oposicionistas do governo

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507 visitas - Fonte: O Globo

BRASÍLIA - O bloco que une senadores oposicionistas e independentes na CPI da Covid vai avançar sobre dois pontos ainda inexplorados na comissão: o papel do “gabinete do ódio”, estrutura de apoio ao Palácio do Planalto nas redes sociais, na difusão de notícias falsas sobre a pandemia; e o impacto da falta de uma campanha clara de conscientização sobre os riscos do coronavírus no agravamento da doença no Brasil — até a noite de ontem, eram 422.418 mortes e mais de 15 milhões de casos. O depoimento de Fabio Wajngarten, ex-titular da Secretaria de Comunicação Social (Secom) de Jair Bolsonaro, na quarta-feira, é considerado central pelos parlamentares para investigar ambas as frentes.







A demora do governo em assinar o contrato para a compra de vacinas da Pfizer também será um assunto, já que Wajngarten atribuiu a falha ao Ministério da Saúde, então comandado por Eduardo Pazuello — aliados vem tentando demover o ex-chefe da Secom de expor em excesso o antigo colega de governo. O plano dos senadores é aprofundar o tema quando o próprio ex-ministro comparecer, na semana que vem.



Integrantes do grupo majoritário afirmam que dados e eventuais contradições do depoimento de Wajngarten podem abrir caminho para que a CPI alcance o “gabinete do ódio”, cujos principais integrantes seriam os assessores Tércio Arnaud Thomaz, José Matheus Sales Gomes e Mateus Matos Diniz.



Segundo um senador ouvido pelo GLOBO, a comissão quer saber as empresas de publicidade pagas pelo governo e a destinação desses recursos. Os parlamentares suspeitam que os repasses contribuíram para a propagação de notícias falsas, atrasando o país no combate à pandemia, e que os servidores que compõem o grupo estariam por trás da difusão de mensagens.







Com o mesmo objetivo, já foi solicitado o compartilhamento de dados da CPI das Fake News e do inquérito do Supremo Tribunal Federal (STF) que investiga o tema.



A comunicação do governo também já é alvo de uma auditoria no Tribunal de Contas da União (TCU). Senadores vão apurar por que a gestão Bolsonaro não criou campanhas para ensinar a população a se proteger do vírus.



Wajngarten será questionado ainda sobre a divulgação da propaganda “O Brasil Não Pode Parar”, no início da pandemia, ao mesmo tempo em que governadores e prefeitos restringiam a circulação para tentar brecar a proliferação do vírus. A iniciativa da Secom, depois tirada do ar, dizia que a “quase totalidade de óbitos” pelo coronavírus se deu com idosos e que, portanto, só este grupo deveria ficar isolado.







Durante o depoimento do ministro da Saúde, Marcelo Queiroga — que deverá ser chamado novamente a prestar esclarecimentos —, o relator, Renan Calheiros (MDB-AL), disse que o governo “não tem um plano formal e claro de comunicação”. O vice-presidente da CPI, Randolfe Rodrigues (Rede-AP), também indagou Queiroga sobre possíveis interferências na comunicação. Ele queria saber se há debate sobre divulgar ou não recomendações para o uso de máscara nas campanhas. A senadora Soraya Thronicke (PSL-MS) quis saber quem comanda a comunicação, se a Secom ou a Saúde, e Queiroga disse que a pasta tem assessoria própria.



No dia anterior, Humberto Costa (PT-PE) perguntou ao ex-ministro Nelson Teich se ele chegou a formular alguma política de comunicação e citou que a Saúde tem uma das maiores verbas para o setor. Teich respondeu que apenas uma pessoa o procurou para tratar do tema, mas que não se lembrava quem era.



— O Teich e (o ex-ministro Luiz Henrique) Mandetta falaram claramente que tinham planos de fazer campanhas de esclarecimento à opinião pública e Wanjgarten desmotivou que isso acontecesse — disse Costa ao GLOBO.







Dúvidas sobre a Pfizer



Durante o depoimento, Mandetta disse que foi iniciada uma campanha dentro do Ministério da Saúde, mas que Wangarten o procurou dizendo que já havia outra ideia em andamento e que a proposta original, que passaria uma mensagem contra a aglomeração e estimularia a redução de circulação, foi descartada.



Com depoimentos de representantes da Pfizer marcados para esta semana, as negociações em torno da compra do imunizante da empresa também serão citadas nas indagações a Wajngarten. Para Costa, uma das dúvidas é por que, inicialmente, as tratativas foram lideradas pelo ex-secretário, e não pela Saúde. O antigo responsável pela Secom deve afirmar aos senadores que também atuou para a compra de outras vacinas, como a Sputnik e a Covaxin.



Outro ponto é o fato de o novo contrato em discussão com a Pfizer prever um custo de 20% a mais por dose de vacina em relação ao fechado anteriormente. Para os senadores, é preciso saber se a recusa para a compra de doses da empresa no ano passado, além de ter atrasado a vacinação, também fez com que agora o país pague mais caro.



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