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POR JOAQUIM CARVALHO DO DCM
Os deputados Paulo Pimenta e Wadih Damous, integrantes da CPI da JBS, viajaram por conta própria a Madri, na Espanha, e ouviram o advogado Rodrigo Tacla Durán, processado pela Lava Jato por lavagem de dinheiro.
O áudio foi protocolado na CPI e divulgado por alguns sites de maneira atabalhoada. O DCM e o GGN têm o áudio desde segunda-feira, mas, antes de ser publicado, foram checadas as informações e colocadas em seu contexto, com observações ao final dos trechos separados por tema.
Também se preferiu transcrever para facilitar o entendimento e dar oportunidade para reflexão e assimilação, dada a complexidade das informações e situações tratadas. O áudio está ao final do texto.
É uma forma de explicar um caso complexo e não apenas de jogar gasolina na fogueira.
Tacla Durán é um homem-bomba. Pode aprofundar cada caso abordado por ele. Fala com propriedade.
Mas, é claro, acusado tem interesse de fazer sua defesa.
É um direito dele, mas não se pode esquecer que ele vai até onde a lei não o alcance.
Foi, efetivamente, operador da Odebrecht. Trabalhou lá.
O depoimento de Tacla Durán à CPI da JBS é uma oportunidade para revelar ao Brasil as entranhas de um sistema que parece apodrecer antes mesmo de se tornar maduro.
É uma operação que atinge alvos pré-definidos, daí a plausibilidade das informações de que provas são montadas e versões criadas, como se juntassem peças de um enredo.
Os leitores desta série já estão tomando conhecimento dessa máquina perversa, que está longe de produzir justiça. Com o depoimento à CPI, transmitido ao vivo, o alcance será muito maior.
A CPI, se não não deve nada a ninguém, precisa aprovar o depoimento de Rodrigo Tacla Durán.
Observação: de fato, Rodrigo Tacla Durán não foi preso quando estava nos Estados Unidos e a prisão foi decretada. Ele viajou dos Estados Unidos para a Espanha e não foi detido, apesar do determinação de Moro de colocar o nome dele na Interpol. Ele foi preso em solo na Espanha, em um hotel, depois que desembarcou. A Justiça julgou o pedido de extradição, concedeu no primeiro julgamento, mas negou no recurso. Tacla Durán tem nacionalidade brasileira e, filho de espanhol, também espanhola. A Espanha não extradita seus nacionais. A justiça decidiu que, se o Brasil quiser, deve mandar as provas que Moro tem para lá e, em corte espanhola, ele seria julgado. Moro não mandou prova nenhuma, mas decidiu processá-lo em Curitiba, à revelia.
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