1614 visitas - Fonte: Jornal GGN
Jornal GGN – Há várias lacunas e incongruências no que se sabe, até agora, da Operação Spoofing e da tentativa de Sergio Moro de expor a fonte do Intercept Brasil que deu origem à série da #VazaJato.
Boa parte da confusão está na cobertura da grande mídia, que às vezes associa os hackers presos e a invasão no celular de Moro aos vazamentos do Intercept, e em outras ocasiões, admite que ainda não há provas desse vínculo.
Mas na tarde desta quarta (24), novas informações foram surgindo.
Folha publicou que o advogado de um dos supostos hackers presos na terça (23) afirmou que seu cliente viu no celular do colega uma mensagem (“de Moro”) obtida de forma ilícita.
O suposto hacker Walter Delgatti Neto teria mostrado as mensagens ao DJ Gustavo Henrique Elias Santos. Os dois estão presos em Brasília desde terça (23). Mas Gustavo e sua esposa, Suelen Oliveira, negam participação no suposto esquema.
A narrativa da Polícia Federal – e por isso a operação foi batizada Spoofing – é a de que o suposto grupo de hackers clonou o número de Moro, instalou o Telegram num aparelho próprio mas utilizado esse número clonado, e buscou cópias das mensagens trocadas com os procuradores da Lava Jato.
Mas essa narrativa contraria várias outras informações.
Contraria principalmente a autodefesa de Moro em pelo menos em 2 pontos:
Primeiro, que o ex-juiz vinha afirmando que a invasão teria sido financiada por uma organização milionária, pois o esquema era sofisticado e, consequentemente, custoso. Falou-se até em hackers russos – o que alimentou a imaginação do Pavão Misterioso e claque. Mas depois que a Spoofing foi deflaragada, O Globo e Folha ouviram da PF que, na verdade, o “grau de capacidade técnica dos hackers não era alto”. Tanto que foram facilmente rastreados.
Leia também: Sem ver parcialidade de Moro, PGR se diz contra absolvição de Lula no caso triplex
2. Mais importante: Moro também disse que excluiu o Telegram e perdeu o histórico de conversas em 2017. O UOL fez uma reportagem expondo detalhadamente como funciona o processo de recuperação de mensagens no aplicativo. Dela, depreende-se que Moro acertou em sacar esse argumento, pois é praticamente impossível recuperar as mensagens apenas reinstalando o Telegram 2 anos depois de tê-lo excluído. O sistema destrói automaticamente os arquivos após um intervalo de inatividade, que varia de 6 a 12 meses. Os arquivos de Moro estariam, portanto, perdidos.
Digressão: O mesmo artigo do UOL concluiu, aliás, que o material do Intercept não parece fruto de hacker desconhecido, mas de alguém que participou ativamente dos chats e teve como recuperar as mensagens. Ou seja: não foi hacker, foi fogo amigo. Ou algo muito próximo disso.
Leia mais no JORNAL GGN
Follow @ThiagoResiste
APOIE O PLANTÃO BRASIL - Clique aqui!
Se você quer ajudar na luta contra Bolsonaro e a direita fascista, inscreva-se no canal do Plantão Brasil no YouTube.