11/2/2014 21:30

Ministra acusa manifestante violento de repetir práticas da ditadura

2565 visitas - Fonte: folha.com

Por Bernardo Mello Franco



RIO DE JANEIRO, RJ, 11 de fevereiro (Folhapress) - A ministra dos Direitos Humanos, Maria do Rosário, afirmou hoje que os manifestantes que usam a violência nas ruas repetem práticas da ditadura militar.



Ela criticou os responsáveis pela morte do cinegrafista Santiago Andrade, 49, atingido por um rojão lançado na manifestação no último dia 6. O ato ocorreu no Rio e era contrário ao aumento das passagens de ônibus.



"Não podemos aceitar que as práticas da ditadura sejam utilizadas por quem quer que seja em um ato que se apresente como manifestação", afirmou, em ato da Comissão Estadual da Verdade do Rio.



"Não podemos ser condescendentes com quem acha que pode tudo só pelo fato de ser um manifestante."



A ministra disse que o fato de ativistas saírem às ruas com "artefatos que podem ferir e matar" deve ser condenado e "fere a democracia".



"Um trabalhador foi morto de uma forma embrutecida e absurda, quando era tão mais simples que esses moços nas ruas usassem um megafone para serem ouvidos", disse.



Maria do Rosário acrescentou que as regras que impedem o uso desproporcional da força por policiais também devem valer para impedir a violência praticada por manifestantes.



Liberdade de imprensa



Ela criticou a violência contra jornalistas e disse que Estado e manifestantes devem respeitar a liberdade de imprensa.

"Num ambiente que teríamos como democrático, as manifestações, os jornalistas são alvo especial da violência de todos os lados. Os primeiros atacados pelas ditaduras também são os jornalistas, os comunicadores", afirmou.



O teólogo Leonardo Boff, que participou do ato na Comissão Estadual da Verdade, afirmou que parte dos manifestantes ataca a imprensa para evitar que seus atos violentos sejam registrados.

"O que eles visam é isso, que não seja documentado o ato criminoso deles. Por isso atacam os cinegrafistas. Querem queimar a prova."

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