Déficit de água piora com baixa umidade em SP. Internautas confirmam racionamento “informal”

Portal Plantão Brasil
9/8/2014 08:39

Déficit de água piora com baixa umidade em SP. Internautas confirmam racionamento “informal”

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607 visitas - Fonte: Tijolaço

Para o Governador Geraldo Alckmin não dizer que é “exploração política” a discussão sobre o racionamento de água em São Paulo, reproduzo o texto da meteorologista Josélia Pegorim, que os paulistanos conhecem bem dos boletins do tempo feitos por ela durante anos na Rádio Eldorado.

Josélia, que tratou muitas vezes o tema desde janeiro e fevereiro, enquanto toda a imprensa dormia, é categórica:

“Que o Sistema Cantareira não tem mais água todo mundo sabe. Que o Alto Tietê também está secando, já sabemos.

Mas o que muitos talvez não saibam é que já tem muita gente no Estado de São Paulo vivendo dias de seca, fazendo um racionando não-declarado, extra-oficial. Todos os dias aparecem na imprensa problemas com a falta d’água em algum bairro da capital paulista ou em outros lugares da Grande SP e do Estado.

As torneiras do céu continuam fechadas por enquanto. O Cantareira, o Alto Tietê e outros reservatórios de abastecimento de água tendem a secar. E vem aí o calor da primavera. Ele é implacável e vai roubar ainda mais a pouca água que resta em SP. Tudo vai piorar.”

E ela abriu as páginas do Climatempo, onde comenta o tempo hoje, para que os leitores contem, eles próprios, como estão convivendo com o racionamento que “não existe”.

Quem quiser saber o que acontece, vá lá e não às páginas mudas dos jornais.

O “tudo vai piorar” de Josélia não é retórico.

Os dias de baixa umidade em São Paulo e temperatura menos fria foram reduzindo ainda mais a pequena vazão de entrada de água no Cantareira, que havia melhorado um pouquinho (muito pouco, mesmo) no final de junho.

Hoje entra nas represas quase que só necessário para não deixar secar completamente os rios, abaixo delas.

Amanhã (e isso é literal, não retórico) provavelmente nem isso.

A perda líquida chegou a 1,8 bilhão de litros em um dia.

Como há, com todos os “volumes mortos” e bombas, 136 bilhões de litros, é só fazer a conta e se verá que, neste ritmo, a água dura 75 dias.

Pode ser um pouco mais, pode ser um pouco menos, porque, ao contrário de Alckmin, ninguém é adivinho e é tão severa a situação que pequenas chuvas causam mudanças expressivas.

O que é certo, porém, é que elas não resolvem, porque toda a bacia está em desequilíbrio hídrico, seca, e as chuvas chegam ao reservatório mais pela drenagem superficial do que pelo solo propriamente dito. Portanto, reduzem-se rapidamente quando para a chuva.

O maior dos reservatórios, o Jacareí, está seco. Já foram tirados 70% do volume morto e quem viu as poucas imagens que se faz dele, nota que se transformou num conjunto de lagoas, canais e lodaçal.

Como a imprensa trabalha apenas com declarações e notas oficiais, não se sabe se a ordem de reduzir o bombeamento de suas águas à metade se deu por estratégia de manejo ou por falta de água, mesmo.

Passou-se a esgotar o reservatório Atibainha, onde as bombas começam a funcionar na semana que vem, para sugar 78 bilhões de litros do fundo da represa, que como é mais funda que extensa – ao contrário do Jacareí, não apresenta aspecto tão desolador, por enquanto.

No ritmo que está sendo drenado, não passa de quinta feira sem as bombas.

O relógio da seca em São Paulo é uma clepsidra, aqueles relógios de água do antigo Egito, que iam gotejando.



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