20/12/2025 11:39

STF produz novo documentário sobre 8 de Janeiro com relatos dos servidores que restauraram a Corte

416 visitas - Fonte: PlantãoBrasil

O Supremo Tribunal Federal (STF) prepara o lançamento de um novo documentário sobre os atos golpistas de 8 de Janeiro, que causaram danos estimados em R$ 12 milhões às instalações da Corte. Produzido pela TV Justiça e intitulado "Democracia Inabalada", o filme será apresentado em evento interno no próximo dia 8, data que marca três anos dos ataques às sedes dos Poderes em Brasília. Diferentemente da primeira edição, que reuniu depoimentos de ministros, a nova produção direciona o olhar para os servidores das áreas de limpeza, tecnologia da informação e segurança, que relataram o cenário de destruição e sua atuação para restaurar o tribunal em tempo recorde, permitindo a reabertura do plenário em menos de um mês.

No contexto das reflexões institucionais sobre o 8 de Janeiro, a ministra Cármen Lúcia ressaltou a gravidade dos acontecimentos. “8 de Janeiro não foi um acontecimento banal depois de um almoço de domingo”, afirmou. Segundo ela, o Supremo é “absolutamente intangível à ignorância crassa da força bruta”. À época da reconstrução, a então presidente do STF, ministra Rosa Weber, também se manifestou sobre o episódio. “Os ministros jamais serão intimidados pela barbárie”, declarou. Os depoimentos no documentário reforçam a narrativa de resistência institucional e destacam o papel anônimo dos servidores na manutenção do funcionamento da Justiça após o ataque.

Além da preservação da memória institucional, o STF segue com o julgamento dos envolvidos nos ataques. A Primeira Turma da Corte já condenou 810 pessoas por participação nos atos golpistas, sendo que 564 firmaram acordos de não persecução penal para crimes menos graves, prevendo prestação de serviços comunitários e cursos sobre democracia. Outras 346 ações penais continuam em tramitação, e recentemente passaram a cumprir pena em regime fechado militares da reserva citados nos processos, incluindo o ex-presidente Jair Bolsonaro, o almirante Almir Garnier e os generais Walter Braga Netto, Augusto Heleno e Paulo Sérgio Nogueira. O documentário surge como um contraponto simbólico à violência, enfatizando a reconstrução e a continuidade do Estado Democrático de Direito.

Com informações do O Estado de S. Paulo.

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