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Desde o início de seu novo mandato, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, colocou a deportação em massa no centro da política migratória do país, com ações do Serviço de Imigração e Controle de Alfândegas (ICE) em supermercados, escolas, tribunais e transportes públicos. Entre janeiro e setembro de 2025, pelo menos 113 mil imigrantes foram deportados, um aumento de 126% em relação ao mesmo período de 2024, durante o governo de Joe Biden. Os dados, compilados pelo Deportation Data Project da Universidade da Califórnia, revelam que a intensificação das operações criou um clima de medo generalizado, levando muitos imigrantes a se afastarem da vida pública e a evitar sair de casa.
Os mexicanos continuam como o maior grupo deportado, representando cerca de 40% do total, seguidos por guatemaltecos, hondurenhos e venezuelanos. Os brasileiros aparecem na 11ª posição, com 1.373 deportações no período, quase quatro vezes mais do que no governo anterior. Houve ainda um crescimento expressivo de deportações para a Venezuela, inclusive de pessoas que não são cidadãs do país, após pressão do governo Trump para que Caracas retomasse a aceitação desses voos. O governo americano afirma que houve uma redução de 2,5 milhões de estrangeiros no país, mas esses números divergem das informações obtidas pela imprensa, e o ICE e o Departamento de Segurança Interna não se pronunciaram sobre a discrepância.
Especialistas questionam a sustentabilidade e a legalidade da ofensiva. Para o professor de direito Daniel Kanstroom, do Boston College, as forças que impelem a imigração são muito poderosas e as conquistas do governo tendem a ser temporárias, a menos que haja mudanças estruturais no hemisfério. "Muitos advogados estão com raiva porque parece que vivemos em um sistema sem lei", afirmou. Com a aprovação de um novo orçamento federal, os recursos do ICE saltarão de US$ 10 bilhões em 2025 para pelo menos US$ 30 bilhões no próximo ano, incluindo a contratação de mais 5 mil agentes e a ampliação dos centros de detenção, consolidando uma política de repressão migratória com impactos humanitários profundos.
Com informações da Folha de S. Paulo
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