591 visitas - Fonte: Tijolaço
Manchete de O Globo hoje, o anúncio de uma “guerra” entre São Paulo e Rio de Janeiro é como a famosa “Batalha de Itararé” de 1932.
A batalha que não houve.
Esta, agora, pode render papel pintado e honorários polpudos a advogados, mas água não rende.
Porque a tal represa que Alckmin mandou deixar de comportas fechadas, a de Igaratá, no Rio Jaguari, não abastece São Paulo.
Alckmin pegou o Rio Jaguari errado.
O rio Jaguari do sistema Cantareira é afluente do rio Piracicaba, enquanto que o rio Jaguari da represa de Igaratá é afluente do rio Paraíba do Sul, que só abastece diretamente de água a cidade de Santa Isabel, com 50 mil habitantes.
Sua função, mais do que produzir eletricidade, é regular a vazão do Rio Paraíba do Sul.
É verdade que Alckmin diz que vai levar as águas desta represa para o Atibainha – este, sim, abastece São Paulo – mas isso é duvidoso, complicado e, sobretudo, demorado.
Porque as duas represas distam cerca de 20 km entre si e, pior, a de Igaratá, de onde Alckmin anuncia que vai tirar a água, fica “apenas” 160 metros acima do reservatório do Atibainha.
Portanto, além de uma adutora imensa e de túneis sob ainda rocha atravessando o relevo de serra, o General Alckmin precisa mobilizar um valente esquadrão de bombas, para percorrer esta distância e esta altura.
Não é impossível tecnicamente. Tanto que se bombeia água para abastecer o Rio de Janeiro, na Usina de Santa Cecília, em Barra do Piraí, para cruzar a Serra das Araras. E também em São Paulo, onde as águas do Cantareira são elevadas em 120 metros, para chegarem à cidade.
Mas, mesmo que fosse a saída técnica – e há imensas controvérsias sobre isso – a obra é para anos, não para meses.
Além do mais, se Alckmin manda fechar a represa porque ela está muito baixa, como é que pretende tirar dela mais água para São Paulo?
Vai matar o moribundo?
Tudo o que Geraldo Alckmin faz nesta crise de água em São Paulo é factóide marqueteiro.
A ele, algo tem de se reconhecer: é um dos maiores caras-de-pau que este país já conheceu.
Resta menos de um palmo de água no reservatório do Atibainha ( exatos 18 cm) antes que a água só possa sair dali pelas bombas de sucção.
A “Gambiarra 2? começa a trabalhar amanhã ou depois, enquanto a imprensa dá atenção à Batalha do Itararé.
O da Batalha do Chuchu, como é melhor chamá-la.
Não tem, como se diz na terra dos meus avós, a menor “sustança”.
Follow @ThiagoResiste
APOIE O PLANTÃO BRASIL - Clique aqui!
Se você quer ajudar na luta contra Bolsonaro e a direita fascista, inscreva-se no canal do Plantão Brasil no YouTube.