ABRIL EDITORA ' ARROMBADA ' FINANCEIRAMENTE. POR APARELHOS. DOCUMENTADO

Portal Plantão Brasil
7/6/2015 20:37

ABRIL EDITORA ' ARROMBADA ' FINANCEIRAMENTE. POR APARELHOS. DOCUMENTADO

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Com a reestruturação que levou a Editora Abril a vender revistas semanais de entretenimento para a Editora Caras, essa última passou a dominar o segmento. O processo levou a Editora Abril a deter, hoje, apenas a revista Veja, entre os 10 títulos semanais mais vendidos. A empresa se volta, agora, para reforçar as revistas mensais, como Claudia e Nova Escola. Um balanço divulgado pela PWC, em 2014, mostrou que a Editora Abril teve prejuízo de R$ 139,2 milhões naquele ano, contra R$ 166,6 milhões em 2013. O rombo de contabilidade da empresa é calculado em R$ 400 milhões.



Da página Coleguinhas, uni-vos!



Abril despedaçado



Mais uma semana em que não poderei voltar aos números da Pesquisa Brasileira de Mídia-2015 (PBM-2015), da Secom. Não comemore, porém – vai ter numeralha sim, mas sobre um dos assuntos top da semana no nosso setor (junto com o anúncio d’ O Boticário): a nova rodada de cortes da Abril, cuja crise tem se tornado uma habituéedaqui.



Primeiro, a boa notícia. Há uma possibilidade de os Civita terem terminado de passar a faca nos postos de trabalho, ao menos por enquanto. É que a Abril praticamente abriu mão de ter revistas semanais de entretenimento. Com a nova “reestruturação”, a editora ficou apenas com a “Veja” entre os 10 títulos semanais mais vendidas no país em março, o último dado que obtive (em amarelo, os da Editora Caras, incluindo os seis que obteve da Abril nesta última leva) :







Não é bolinho. Se você juntar as revistas semanais detonadas pela Abril, verá que elas somavam, em março, a circulação total de 762.698 exemplares (incluindo edições digitais), 20,51% dos 3.719.028 (também incluindo o mundo digital) de semanais que circularam naquele mês. Os Civita passaram, nos últimos meses, para a Editora Caras – da qual também são acionistas (o que você queria?) -, as revistas colocadas entre a segunda e a sexta colocações no ranking das semanais de Entretenimento (“Ana Maria”, “Ttititi”, “Contigo”, “Viva Mais” e “Minha Novela”, respectivamente). Como a Caras já era dona da líder (a publicação com o mesmo nome da editora), tornou-se dominante no segmento.



A Abril, assim, concentrou-se nas revistas mensais, onde nada de braçada:







Por que toda essa prestidigitação com os títulos? Bom, essa é a notícia ruim.



Na página 5 do balanço de 2014, os auditores da PWC fizeram questão de abrir o intertítulo “Ênfase”, no qual destacam que a companhia a Editoria Abril teve prejuízo de R$ 139,2 milhões (contra R$ 166,6 milhões em 2013), apresentando ainda um patrimônio líquido negativo de R$ 265 milhões (ou seja, as dívidas da empresa superam o seu patrimônio nesse valor) e também excesso de passivos sobre o ativo circulante no montante de R$ 386,7 milhões (isso quer dizer que se todos os credores da Abril resolverem cobrar seus créditos durante o ano de 2015, mesmo aqueles que vencem no futuro, haverá um buraco de quase R$ 400 milhões). E há ainda os impostos diferidos (reconhecidos, mas ainda não pagos, como permitido em lei), no valor de R$ 111,7 milhões.



Na mesma nota, os auditores da PWC garantem ter ouvido dos Civita que, caso necessário, eles aportarão capital para sanar 70%, o percentual que lhes pertence do capital da empresa, das dívidas. O resto? Bom, os credores teriam que correr atrás dos sul-africanos do Naspers que compraram 30% da Abril em 2006. Mas quem trabalha na companhia não precisa ficar nervoso – ninguém vai cobrar porque pior do que uma empresa com um buraco de R$ 400 milhões na contabilidade é uma empresa em concordata com um buraco de R$ 400 milhões na contabilidade



Para você ter uma ideia de como a Abril chegou a essa situação, segue um apanhado dos resultados da companhia desde 2011, ano em que foi adotado no Brasil o International Financial Reporting Standards (IFRS), as normas internacionais de contabilidade:







Da maneira que vejo a coisa, a manobra dos Civita de passarem os títulos das semanais para a Caras e focarem a Abril nas revistas mensais tem dois alvos:



Estratégico: Vai que a situação piora (o motivo principal para a deterioração seria o que está no último parágrafo) e ter títulos valiosos fora do seu controle (em termos legais, embora não reais) é uma espécie de poupança num HSBC da Suíça, pois os títulos valem uma bela grana.



Operacional: Revistas semanais são, vamos dizer, de “alta intensidade” – precisam de uma produção mais veloz e, portanto, com maior número de profissionais envolvidos (jornalistas, gráficos, administrativos etc) e uma logística mais complicada do que as mensais, cujo prazo de produção menor permite a sua realização por equipes fixas menores. De outro lado, as mensais (pelo menos as que a Abril manteve) possuem um valor maior no mercado publicitário por serem fortemente segmentadas e terem uma vida útil bem maior.



Nesse caso último por que não passar a “Veja” nos cobres também? Por dois motivos básicos:



1. A revista é a joia da coroa e sua venda tenderia a ser considerada o fim da linha da Abril. Aí, aqueles credores lá de cima correriam o mais rápido possível para pegar um bom lugar no cartório de protestos, e os Civita para longe o mais rápido que seus jatinhos o permitissem;



2. A “Veja” é a única arma de grosso calibre que os Civita ainda têm para chegar aos cofres públicos, como já acontece em São Paulo e voltaria a ocorrer caso um tucano vença as eleições presidenciais em 2018, em nível federal.



Se o PSDB amargar a quinta derrota consecutiva para o PT? Bem, aí duvido muito que a Abril sobreviva à terceira década do Século XXI.



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