PORQUE OS EUA RESOLVERAM INVESTIGAR CORRUPÇÃO NO BRASIL?

Portal Plantão Brasil
24/6/2015 11:27

PORQUE OS EUA RESOLVERAM INVESTIGAR CORRUPÇÃO NO BRASIL?

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A lógica da Lava Jato bate de frente com o conceito americano de 'interesse nacional.' Por aqui, preferem destruir a economia em nome de uma causa política

Por Bruno Barbosa



No último mês, os Estados Unidos resolveram de dar uma de "caçador de corruptos". Anunciaram prisões de executivos e cartolas ligados a esquemas de propina e lavagem de dinheiro dentro da FIFA. E agora, anunciaram que vão ajudar na investigação da Lava Jato.



Não é estranho? Um país que pouco se importava com questões de corrupção e resolveram botar a cara pra bater.



Tudo começou em 2010, quando o Reino Unido perdeu para a Rússia a licitação para sediar a Copa do Mundo de 2018. O então presidente da Federação Inglesa de Futebol, David Triesman, afirmou no ano seguinte que Ricardo Teixeira, da CBF, e outros três dirigentes da Fifa pediram suborno para votar na Inglaterra como sede.



No final de 2014 surgiram denúncias de que o presidente russo Vladimir Putin teria dado um quadro de Picasso a Michel Platini, presidente da UEFA, como agradecimento pelo voto na Rússia.



Ainda em 2010 também aconteceu a licitação da Copa de 2022. Os Estados Unidos estavam na disputa, mas se viram "trocados" pelo Catar. O representante do país árabe, Mohamed bin Hammam, mais tarde foi expulso da Fifa por ter comprado votos ao tentar se eleger para a presidência da entidade em 2011 e supostamente utilizar a mesma tática na licitação que escolheu o Catar.



"Isso serviu de material para iniciar a investigação do FBI. Os Estados Unidos e a Inglaterra perderam a sede e a questão geopolítica - contexto de relação tensa entre Estados Unidos e Rússia, especialmente depois da anexação da Crimeia em 2014 - foi ganhando força", avalia Maiara Folly, pesquisadora do Instituto de Relações internacionais da PUC-Rio.



Não por acaso, a investigação que levou às prisões de executivos da Fifa tiveram início no ano de 2011. Segundo Folly, "esse tipo de investigação custa muito dinheiro". Porém, até agora a participação de norte-americanos no caso da Fifa é muito pequena, o que leva a um questionamento dos reais interesses dos EUA.



Também existe uma pressão interna nos Estados Unidos para que se boicote a Rússia.Treze senadores assinaram uma carta informal enviada a Fifa, solicitando que o país asiático não recebesse os jogos em 2018.



A federação norte-americana de futebol chegou a declarar que "caso a Rússia não possa receber a Copa de 2018, os Estados Unidos querem o evento".



A copa da Rússia



Para a Rússia, a realização da Copa do Mundo de 2018 é estratégica, pois seria uma forma de se afirmar no contexto global utilizando o chamado “soft power” (poder brando) para tentar angariar prestígio e capital político internacional.



Folly avalia que "para a Rússia é muito importante sediar esse tipo de evento porque agora o país está isolado". Ela destaca que a Copa está sempre presente na mídia do país. "A propaganda na Rússia é muito grande".



Além disso, os Jogos de Inverno de Sochi, que deveriam ter esse papel em 2014, acabaram ofuscados pela própria anexação da Crimeia, frustrando os plano do Kremlin em melhorar a imagem internacional do país por meio do esporte.



Depois das prisões de dirigentes da Fifa, Putin saiu em defesa de Joseph Blatter e chegou a acusar os Estados Unidos de "tentarem impor sua jurisdição a outros Estados".



O líder russo também têm seus interesses em jogo, uma vez que a gestão Blatter vai de encontro a seus objetivos . "As confederações votam em bloco. O único [bloco] que votou contra Blatter foi a Europa, porque desde que ele entrou, países africanos e asiáticos começaram a sediar copas", explica Follly.



Lava Jato, os interesses continuam



Hoje foi anunciado nos principais meios de comunicação e principais jornais do país uma cooperação dos EUA com a investigação da Lava Jato, conforma segue trechos:



A força-tarefa do Ministério Público Federal terá das autoridades dos Estados Unidos – onde está a mais estruturada e eficiente rede de combate à corrupção do mundo – auxílio para tentar desmontar a complexa engrenagem que seria usada pela Construtora Norberto Odebrecht para pagamentos de propinas via empresas offshores em nome de terceiros e contas secretas no exterior.



A empreiteira é um dos alvos da 14ª fase da Operação Lava Jato, batizada de Erga Omnes, que levou para a cadeia na sexta-feira seu presidente, Marcelo Bahia Odebrecht, e outros 11 executivos do grupo e da construtora Andrade Gutierrez – incluindo também o presidente, Otávio Marques Azevedo.



Órgãos de investigação dos Estados Unidos atuarão, a pedido dos nove procuradores da República da Lava Jato, na triagem dos depósitos de propina feitos em contas que eram do ex-diretor de Abastecimento da Petrobrás Paulo Roberto Costa.



Segundo a reportagem, as autoridades norte-americanas ofereceu ajuda em resposta ao pedido do Ministério Público e deve liberar e ajudar na investigação com documentos e contas.



O que é interessante, é que os EUA dificilmente liberam documentos e afins, por considerar extremo sigilo em alguns quesitos, mas isso não significa que não estejam sob vigia da justiça. Pelo contrário, os EUA tem poderosos serviços de investigação e espionagem.



Não só dentro do país, mas também fora.



"A questão, por fim, não é salvar o PT ou a Esquerda, mais afetada em todo contexto mas, sobretudo, assegurar a normalidade na Democracia jovem do País e seus ganhos reais registrados nos últimos tempos.



A prisão dos presidentes das duas maiores construtoras do Brasil, Otávio Azevedo e Marcelo Odebrecht se impõe como ato a presumir ser o penúltimo capítulo de uma Grande Operação, cujo objetivo que se desenha é chegar ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, por conseguinte, ao desmantelamento do Governo Dilma deixando a Economia brasileira aos frangalhos para permitir, ato continuo, a entrada definitiva de grandes estruturas internacionais visando comandar os principais setores de nossa economia, a exemplo da Construção Civil, Petróleo e Gás.



Impressiona, contudo, a visível estratégia de criminalizar o PT e seu mais forte líder político, Lula, ignorando por completo as citações e envolvimento de lideranças do PSDB, PMDB, PP etc e, ainda assim, fulminando a tese dos empreiteiros de que as doações feitas aos partidos tinham amparo legal, logo tal procedimento a envolver a maioria das legendas, passou a ser tratado como ilicitude transformando doação de campanha [se ela tiver sido ao PT] em propina, que é outro aspecto inteiramente distante da formalidade de ato previsto em lei.



Justiça Plena, mas observando princípios legais



A existência de propina no contexto das relações entre partidos e grandes estruturas do tamanho Petrobrás certamente que está tendo seu combate à altura, entretanto, em nome de uma imperiosa e necessária ação de estancamento dos desvios de recursos públicos, nenhuma instância de Poder investigatório ou judicante pode extrapolar a Lei, os princípios básicos do Direito.



Pior é que, em meio aos fatos sequenciados, as demais instâncias passaram a conviver com tudo sem manifestação proporcional à urgência de se reparar excessos cometidos, inclusive no decorrer da Lava Jato, porque não vivemos período de exceção no Brasil para que tudo ocorra sem reação legal no sentido de corrigir as anomalias como, por exemplo, manter em regime fechado por tempo indeterminado figuras do processo extrapolando os limites da ação judicial.



Parece Filme, mas a ação tem espectro internacional



Um País da dimensão Continental do Brasil certamente não passaria mais a viver incólume diante da cobiça e do interesse do Capital internacional pela força econômica que a Nação brasileira constituiu na correlação com demais grandes Países, sobretudo, depois que sua Economia desbancou o Reino Unido e, geopoliticamente, passou a ser o principal Líder das Américas do Sul e Central com – eis a questão central – viés ideológico contrário aos interesses do mundo NeoLiberal, cujo objetivo é o lucro a qualquer preço.



O desmantelamento produzido pela Lava Jato na conjuntura nacional, desmontando com graves repercussões a Indústria da Construção Civil em setores básicos da economia brasileira tomada de grandes obras é a contribuição nefasta e sequencial de que as “Grandes Estruturas” internacionais precisavam ter para financiar brasileiros na derrocada do projeto de Poder do Partido dos Trabalhadores.



Nesse contexto, para êxito concreto na direção do futuro a macro–operação vigente, soube de forma continuada infiltrar-se na Justiça, no Ministério Público e na Policia Federal chancelada pelos grandes veículos de comunicação, construindo, assim, “ambiente favorável” ao desmantelamento da imagem do PT na relação com a sociedade e, nesse particular, precisando enfraquecer o Governo Dilma na convivência política do Congresso Nacional com objetivo máximo de aniquilar a possibilidade de volta ao Poder de Luis Inácio Lula da Silva em 2018, em face de ele admitir ser candidato.



Sem mensurar a gravidade e efeitos



A “superestrutura” bancada pelo Capital internacional pouco tem se lixado para a gravidade dos efeitos econômicos e sociais ao aniquilar grandes estruturas empresariais brasileiras, competitivas ao longo dos anos no mercado internacional, a exemplo da Odebrecht e Andrade Gutierez, assim como todas as demais citadas na Lava Jato - as mesmas empresas que sempre contribuíram financeiramente com os principais partidos políticos – leia-se PT, PSDB, PMDB, etc – embora o foco seja apenas o PT.



Mais incrível e absurdo como processo é atestar que a “megaoperação” não mensura o grau de efeitos de uma possível crise social a ser produzida numa hipótese cada vez mais crível do juiz Sergio Moro de querer chegar à prisão de Lula.



É grave o momento, por isso mesmo enquanto há tempo, se faz indispensável que as instituições mais representativas do Brasil acordem para o sério desdobramento e excessos cometidos com o firme propósito de tirar o PT da convivência político-partidária adotando como premissa a criminalização de seus lideres.



A questão, por fim, não é salvar o PT ou a Esquerda, mais afetada em todo contexto mas, sobretudo, assegurar a normalidade na Democracia jovem do País e seus ganhos reais registrados nos últimos tempos porque o Brasil não comporta mais retrocesso, embora este seja o alvo da Elite brasileira.



Depois de Joaquim Barbosa eis o papel do Sérgio Moro. E tudo vai ficar assim?"





Confira o artigo original no Portal Metrópole: http://www.portalmetropole.com/2015/06/por-que-os-eua-resolveram-investigar.html#ixzz3dzQrbFWe



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