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A Operação Lava Jato aponta uma tendência de "corrigir rumos", uma vez que "as coisas já não são varridas para debaixo do tapete", avaliou nesta quarta-feira 1º o ministro Marco Aurélio Mello, do Supremo Tribunal Federal.
O magistrado, porém, faz uma ressalva quanto ao uso da delação premiada na investigação: "devo admitir que eu nunca vi tanta delação". Ele disse ainda esperar "que elas, todas elas, tenham sido espontâneas".
É a segunda crítica do ministro em apenas uma semana sobre o instituto da colaboração premiada na investigação conduzida pelo juiz Sérgio Moro, do Paraná. Na última entrevista, publicada há dois dias, ele afirmou que o número de delatores no caso "já revela algo estranho".
Desde o início das investigações, foram acertados 18 acordos de delação premiada entre os réus e a Procuradoria-Geral da República. O acordo prevê uma pena mais branda aos envolvidos em troca da revelação do que sabem sobre o esquema de corrupção.
Os dois últimos acordos foram firmados pelo empresário Ricardo Pessoa, dono da UTC, cujas denúncias atingem PT e oposição, e por Milton Pascowitch, apontado como lobista e intermediário de pagamentos feitos ao partido e ao ex-ministro José Dirceu.
Nessa semana, nos Estados Unidos, a presidente Dilma Rousseff rebateu denúncias reveladas na delação de Pessoa apontando um "estranho vazamento seletivo". Lembrando da época da ditadura, quando segundo ela, tentaram transformá-la em uma delatora, Dilma disse ainda que "não respeita delator".
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