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O ex-presidente Lula considerou o pedido do delegado da Polícia Federal Josélio Azevedo de Sousa ao Supremo Tribunal Federal (STF) para ouvi-lo no âmbito da Operação Lava Jato uma forma de tentar atingi-lo politicamente, uma vez que o próprio delegado admitiu, no relatório, não ter provas diretas sobre seu envolvimento no esquema de corrupção da Petrobras.
A conversa aconteceu com aliados do ex-presidente, neste fim de semana, após retornar de viagens feitas ao Paraguai e à Argentina, segundo a repórter Catia Seabra, da Folha de S. Paulo. Ele teria ainda reclamado de excessos da Polícia Federal e dito que o documento do delegado da PF será usado como instrumento por integrantes da oposição.
O pedido foi apresentado ao STF na última quinta-feira 10 e divulgado na sexta pela revista Época. Apesar de não ter provas, o delegado diz acreditar que a investigação "não pode se furtar à luz da apuração dos fatos" se Lula foi ou não beneficiado, "obtendo vantagens para si, para seu partido, o PT, ou mesmo para seu governo, com a manutenção de uma base de apoio partidário sustentada à custa de negócios ilícitos na referida estatal."
De Buenos Aires, o ex-presidente comentou que não havia sido comunicado sobre o pedido. "Eu não sei como comunicaram a você e não me comunicaram. É uma pena", respondeu a um jornalista. A assessoria de imprensa do Instituto Lula informou que o ex-presidente não teve acesso ao documento e lembrou que o pedido é "de um delegado da PF", e não da corporação.
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